Brasil vive boom de arranha-céus luxuosos: até cidades do interior entram na onda
Brasil vive boom de arranha-céus até no interior

Quem diria? Aquelas cidades pacatas do interior, onde o horizonte era dominado por casinhas baixas e igrejas centenárias, agora disputam espaço com gigantes de concreto e vidro. O Brasil está vivendo uma verdadeira revolução arquitetônica — e parece que ninguém avisou que isso era pra ser coisa só de metrópole.

O interior na corrida pelos céus

Enquanto São Paulo já parece um cenário de Blade Runner, municípios como Campinas, Joinville e até Uberlândia estão construindo torres que beiram os 200 metros. "É uma loucura", confessa o corretor Marcos Aurélio, enquanto mostra um apartamento com vista panorâmica em Londrina. "Cinco anos atrás, isso aqui era impensável."

Os números impressionam:

  • +47% nos lançamentos verticais em cidades médias desde 2020
  • Preços médios 30% menores que nas capitais (mas ainda salgados)
  • Demanda vinda principalmente de empresários locais e aposentados

O que está por trás do fenômeno?

Especialistas apontam um coquetel explosivo: juros historicamente baixos (bem, até pouco tempo atrás), a pandemia que valorizou espaços privativos, e — pasme — uma certa "invejinha" das grandes cidades. "O cliente do interior quer o mesmo padrão de vida que vê nas novelas", ri a arquiteta Renata Fonseca, enquanto ajusta a maquete de um projeto em Ribeirão Preto.

Mas nem tudo são flores. Com tanta construção, alguns municípios estão revendo seus planos diretores às pressas. Em Curitiba, um projeto foi barrado por sombrear um parque histórico. Já em Goiânia, moradores reclamam que as novas torres estão "roubando" seu céu.

E o futuro?

Se depender dos investidores, essa é só a primeira leva. "Estamos estudando até cidades de 100 mil habitantes", revela um executivo que pediu anonimato. Resta saber se a infraestrutura desses locais vai acompanhar o ritmo — ou se vamos ter condomínios cinco estrelas com ruas de terra batida.