
Imagine caminhar quase mil quilômetros por terrenos acidentados, com sol a pino, chuva torrencial e noites sob o céu estrelado. Pois é exatamente o que um grupo de destemidos trilheiros acabou de realizar — e sem reclamar (muito) das bolhas nos pés.
Durante 77 dias, esses guerreiros modernos percorreram rotas inexploradas entre Minas Gerais e São Paulo, numa expedição que misturou suor, paisagens deslumbrantes e — vamos combinar — algumas doses generosas de dor muscular.
Não foi um passeio no parque
Os participantes — que claramente não assistiram vídeos motivacionais demais — enfrentaram:
- Subidas que fariam um cabrito pensar duas vezes
- Descidas onde a gravidade parecia uma sugestão, não uma lei
- Joelhos que protestavam com cada passo após o 30º dia
"No início a gente reclamava das bolhas. No final, já era só um detalhe", contou um dos participantes, entre sorrisos e expressões que lembravam alguém que acabou de sair de uma sessão intensa de fisioterapia.
O que levou alguém a fazer isso?
Segundo os organizadores — que provavelmente têm uma relação complicada com o conceito de "conforto" —, a expedição tinha objetivos que iam além do mero masoquismo esportivo:
- Mapear rotas pouco conhecidas
- Documentar a biodiversidade regional
- Provar que smartphones não são extensões do corpo humano
Brincadeiras à parte, a aventura rendeu descobertas importantes sobre ecossistemas locais e — pasmem — zero posts no Instagram durante dias seguidos (um recorde nos tempos atuais).
Os participantes agora se recuperam — alguns ainda lembram como era ficar em pé sem fazer caretas — mas já planejam novas expedições. Porque, como diz o ditado: "Dor passa, mas história fica". Ou era "história passa, mas dor fica"? Enfim, a memória também foi afetada.