Erros no uso da rede de esgoto são os maiores vilões dos extravasamentos em MS
Uso errado da rede de esgoto é principal causa de vazamentos em MS

Imagine acordar com um cheiro desagradável na rua e descobrir que o esgoto está vazando por toda parte. Pois é, essa cena não é rara em Mato Grosso do Sul — e o culpado, muitas vezes, somos nós mesmos.

Segundo especialistas, mais de 60% dos extravasamentos de esgoto no estado acontecem por um motivo simples (e evitável): o uso errado da rede. Jogar lixo, óleo de cozinha e até fraldas descartáveis no vaso sanitário? Péssima ideia. Esses hábitos criam verdadeiros "tsunamis" de entupimentos.

O que vai parar na rede (e não deveria)

  • Óleo de cozinha: Um litro pode contaminar até 25 mil litros de água. E ainda forma aquelas crostas que grudam nas tubulações como chiclete velho.
  • Fraldas e absorventes: Incham como esponjas e viram "barreiras" intransponíveis.
  • Fio dental: Parece inofensivo, mas é o Houdini dos canos — some da vista e reaparece como um emaranhado que prende tudo.

"A galera acha que o cano some com tudo como mágica", comenta um técnico da concessionária, rindo sem graça. "Só que a realidade é outra: cada descuido vira uma dor de cabeça coletiva."

Efeito dominó

Quando o esgoto extravasa, não é só nojento. Cria poças que viram criadouros de mosquitos — sim, inclusive o Aedes aegypti. Sem falar no risco de contaminação de córregos e até do Pantanal, que já sofre o suficiente.

Ah, e o bolso? Consertos frequentes significam tarifas mais altas pra todo mundo. Um tiro no pé, literalmente.

Como virar o jogo

Algumas cidades do MS já reduziram extravasamentos em 40% com campanhas educativas. A receita não é complicada:

  1. Óleo vai em garrafa pet, depois em pontos de coleta
  2. Lixo no lixo (sim, até aqueles pequenos)
  3. Rede de esgoto só para... esgoto!

"É cultural", diz uma moradora de Campo Grande enquanto lava louça. "Minha avó jogava tudo no ralo e nunca deu problema. Mas os canos de antigamente eram outros, né?" Exato. E o planeta também.

Enquanto isso, as estações de tratamento trabalham no limite — filtram de tudo, desde brinquedos até notas fiscais (sim, já acharam). Mas tecnologia tem limites. E o primeiro filtro, convenhamos, deveria ser a nossa consciência.