
O ar tá parecendo um forno e a mata chega a chiar de tão seca — não é exagero dizer que o Vale do Paraíba virou um barril de pólvora nestes dias. Com a umidade relativa do ar beirando os 30%, qualquer faísca vira ameaça real de desastre.
Os bombeiros já tão com o pé atrás. "Quando o tempo fica assim, uma bituca de cigarro mal apagada ou até mesmo um caco de vidro no mato pode detonar um incêndio de proporções graves", alerta o sargento Rocha, veterano nas operações contra queimadas na região.
O que tá pegando fogo (além do sol)
Não é só impressão — os números assustam:
- 47% aumento nas ocorrências de fogo em vegetação nos últimos 15 dias
- 8 municípios em estado de atenção
- Previsão de mais 10 dias sem chuva
E olha que a gente nem chegou no pico do período seco ainda. Agosto e setembro costumam ser os meses mais críticos, mas parece que este ano a natureza resolveu adiantar o serviço.
Como não virar piromaníaco sem querer
Parece óbvio, mas nunca é demais repetir:
- Lata de lixo é lugar de bituca — não de mato
- Fogueiras? Só na memória das festas juninas
- Se ver fumaça, 193 não é sugestão — é obrigação
E atenção, donos de terrenos baldios: aquela "limpezinha" com fogo pode custar caro. Multas por queimada irregular passam de R$ 7 mil — sem contar o risco de responder criminalmente se o negócio fugir do controle.
"A gente sabe que o pessoal do interior tem o costume de usar o fogo pra limpar terreno, mas nessa época do ano é pedir pra dar merda", comenta a ambientalista Marina Silva (não, não é aquela).
Efeito dominó do clima seco
Não são só as plantas que sofrem. Hospitais da região já relatam aumento de 22% nos atendimentos por:
- Problemas respiratórios
- Irritação nos olhos
- Alergias cutâneas
E olha que a fumaça das queimadas ainda nem entrou nessa conta. Quando junta a poluição normal com a fuligem dos incêndios, aí é que o bicho pega mesmo.
Pra completar o pacote de desgraças, os reservatórios da região — que já não estavam lá essas coisas — começam a sentir o baque. "Cada dia sem chuva é um passo mais perto do racionamento", admite um técnico da Sabesp que preferiu não se identificar.
Enquanto isso, a previsão é de que o tempo continue firme e... seco. Muito seco. Aquele tipo de seco que faz a garganta arranhar e a pele coçar. Melhor rezar pra São Pedro dar uma trégua — ou pelo menos não deixar que o pessoal sem noção faça estrago maior.