
Parece que o mundo inteiro colocou os olhos na Baixada Santista. Na reta final para o leilão do túnel entre Santos e Guarujá – marcado para esta sexta-feira, 29 –, a coisa está mais quente que calçadão de praia no verão. E não é para menos: estamos falando de uma das obras mais aguardadas dos últimos tempos, que promete acabar com aquele sofrimento diário de quem depende das balsas.
O que está em jogo? Um projeto monumental de 2,6 km sob o mar, ligando as duas cidades e enterrando de vez o problema da travessia. O investimento total? Algo em torno de R$ 5 bilhões. Dinheiro de pinga, né? Mas, pelo visto, tem gente grande disposta a botar a mão no bolso.
Quem são os interessados?
A lista de possíveis concorrentes parece o hall da fama da engenharia mundial. Circulam pelos bastidores nomes pesados como a espanhola Acciona, a francesa Vinci – que já respira túneis pelo mundo – e até a chinesa CCCC, que não brinca em serviço quando o assunto é obra faraônica. Empresas brasileiras também estão na dança, claro, muitas delas em consórcio com essas gigantes de fora.
E por que tanta gente interessada? Bom, além do óbvio retorno financeiro – a concessão é de 30 anos, tempo suficiente para ver o investimento valer a pena –, o projeto tem uma garantia da União que deixa qualquer investidor mais tranquilo. É como ter um guarda-chuva em dia de temporal.
Não é só sobre furar o mar
Ah, e tem um detalhe que muita gente nem imagina: o edital não quer só quem cave o buraco. Eles buscam quem opere a via com eficiência e mantenha tudo funcionando que é uma beleza. Ou seja, é compromisso de longo prazo. Quem ganhar vai ter que garantir que o túnel não vire mais uma obra abandonada ou mal cuidada daqui a alguns anos.
O modelo de parceria público-privada (PPP) escolhido é, na visão de especialistas, um dos mais modernos do país. Transferir o risco para a iniciativa privada? Ideia inteligente. O setor público define a regra do jogo, e quem tem know-how bota a obra de pé e toca o negócio.
E o que muda para quem mora aqui?
Tudo. Simplesmente tudo. Imagine só: hoje, cruzar de Santos para Guarujá pode levar… bem, depende da fila da balsa, não é mesmo? Com o túnel, a estimativa é fazer o trajeto em meros 10 minutos. Dez minutos! É menos tempo que uma volta no quarteirão.
Para a economia local, então, é um novo mundo que se abre. O fluxo de turistas deve aumentar, o transporte de cargas ganha agilidade, e o comércio respira aliviado com a melhor integração. Até o valor dos imóveis na região tende a reagir – e muito.
O leilão será realizado na B3, em São Paulo, e todo o processo está sendo acompanhado de perto pelo governo federal. A expectativa é que, após a habilitação das propostas, a obra possa sair do papel ainda no primeiro semestre de 2026. Finalmente, uma solução de verdade para um problema crônico.
Restam poucas horas para sabermos quem levará esse gigantesco projeto. Uma coisa é certa: o litoral paulista nunca mais será o mesmo.