
O Rio Acre está dando sinais preocupantes — e não é exagero dizer que a situação está no limite. Quem passa pela região de Rio Branco já nota a diferença: o rio, que deveria ser um símbolo de vida, parece mais um fio d'água tímido. A Defesa Civil não está brincando em serviço e já avalia decretar emergência. Será que a cidade está preparada?
Água que não chega: o que está por trás da crise
Não é só impressão. Os números confirmam: o nível do rio está tão baixo que bateu recordes negativos. "Temos fatores suficientes para tomar medidas drásticas", admite um técnico da Defesa Civil, que prefere não se identificar. O que assusta é a combinação: falta de chuvas, aumento do consumo e, pasme, até o assoreamento acelerado. Um cocktail perigoso.
E olha que o problema não é de hoje. Há anos especialistas alertam — mas parece que só lembramos da água quando a torneira seca. A população ribeirinha, claro, é a primeira a sentir. "Antes a gente pescava ali, agora é só lama", desabafa Dona Maria, 62 anos, apontando para o que era um poço natural.
O plano de contingência (ou a falta dele)
Se decretada, a emergência vai acionar um protocolo especial:
- Distribuição controlada de água potável
- Fiscalização redobrada em poços artesianos
- Restrições ao uso comercial da água
Mas tem um porém: ninguém sabe ao certo como ficarão as comunidades isoladas. "A gente se vira como pode", diz um ribeirinho, enquanto carrega baldes num carrinho de mão. A situação é tão surreal que até os barcos estão encalhados — literalmente.
Enquanto isso, na capital, o debate esquenta. Alguns defendem obras emergenciais, outros falam em "aprender a lição". O certo? O rio não espera. E o relógio corre contra todos.