Rio Piracicaba atinge nível crítico: 78 dias sem chuva e vazão baixa exigem medidas urgentes no tratamento de água
Rio Piracicaba atinge nível crítico após 78 dias sem chuva

Quem depende das águas do Rio Piracicaba está segurando a respiração — e não é pra menos. Imagine quase 80 dias sem ver uma gota d'água do céu? Pois é exatamente isso que está acontecendo na região, e o resultado não poderia ser diferente: o velho conhecido rio que corta a cidade está minguando a olhos vistos.

Dados técnicos não mentem: a vazão chegou a apenas 70 metros cúbicos por segundo nesta terça-feira. Um número que faz qualquer especialista arregalar os olhos. Para você ter ideia, é como se o coração hídrico da região estivesse batendo em câmera lenta.

O que isso significa na prática?

A situação é tão séria que o Serviço Municipal de Água e Esgoto (Semae) precisou tomar medidas que não são exactly rotineiras. O tratamento da água que chega às torneiras dos piracicabanos está precisando de uma dose extra de cloro — e não é pouco não.

O engenheiro da autarquia, Edson Silva, explica com a calma de quem já viu isso antes, mas sem disfarçar a preocupação: "A qualidade da água bruta piorou significativamente. Com menos volume, qualquer impureza fica mais concentrada. Temos que ajustar o processo para garantir que a água distribuída continue própria para consumo".

E não para por aí

Além do cloro, todo o processo de tratamento está sendo revisto com lupa. Coagulantes, floculantes, tempo de decantação — tudo está sendo recalibrado. É como tentar fazer um café bom com pouca água: ou você ajusta a quantidade do pó ou o negócio fica forte demais.

O pior? Ninguém sabe quando a situação vai normalizar. O famigerado período de estiagem ainda nem chegou ao seu auge, que tradicionalmente acontece entre agosto e setembro. Estamos em setembro e o rio já está assim — imagine daqui a algumas semanas?

Quem vive às margens do Piracicaba já sente na pele — ou melhor, na terra rachada — os efeitos da seca prolongada. Agricultores da região já contam os prejuízos, enquanto ambientalistas observam com apreensão o impacto na fauna e flora local.

E o que a população pode fazer?

Economizar água não é mais só recomendação — é necessidade pura. Banhos mais curtos, torneiras fechadas durante a escovação, reaproveitamento da água da máquina… Tudo conta quando cada gota vale ouro.

O Semae garante que está monitorando a situação 24 horas por dia. Mas a verdade é que a solução mesmo só virá do céu — e das nuvens carregadas que teimam em não aparecer.

Enquanto isso, o Rio Piracicaba segue seu curso — mais lento, mais raso, mas ainda resistente. Como dizem os mais antigos por aqui: "rio que teima em secar é rio que sabe sobreviver". Tomara que a sabedoria popular esteja certa dessa vez.