O céu de São Paulo não está para brincadeira. Nos últimos dias, uma névoa espessa — aquela que arranha a garganta e faz os olhos arderem — tomou conta da cidade. E não, não é só a poluição de sempre. As queimadas voltaram com tudo, e os números assustam até quem já está acostumado com a fumaça.
Fogo à solta e fiscalização no pé
Parece que alguém acendeu um rastilho de pólvora no interior paulista. Só neste mês, o Corpo de Bombeiros registrou um aumento de quase 40% nos focos de incêndio em comparação com o mesmo período do ano passado. E olha que estamos falando de julho, mês que costuma ser mais tranquilo nesse quesito.
As autoridades não ficaram de braços cruzados. A Secretaria de Meio Ambiente está com os fiscais trabalhando em dobro — e com drones! — para identificar os responsáveis. "Tem gente que ainda acha que pode botar fogo e sair impune", diz um agente que preferiu não se identificar.
Efeito dominó
O problema vai muito além da fuligem:
- Hospitais já relatam aumento de até 25% nos atendimentos por problemas respiratórios
- O aeroporto de Guarulhos teve que redirecionar voos por causa da baixa visibilidade
- Até os bichos do zoológico estão recebendo cuidados especiais
E tem mais: os especialistas alertam que, se continuar assim, podemos ter um agosto negro — literalmente. A umidade do ar já está batendo na casa dos 30%, nível considerado perigoso pela OMS.
O que está sendo feito?
Além da fiscalização pesada, o governo estadual anunciou:
- Ampliação do monitoramento por satélite em áreas críticas
- Criação de uma força-tarefa com Ibama e Polícia Ambiental
- Campanhas de conscientização em municípios do interior
Mas será que vai ser suficiente? Nas redes sociais, os paulistanos não escondem a preocupação. "Todo ano é a mesma história", reclama uma moradora da Zona Leste, enquanto outro ironiza: "Pelo menos não precisamos de filtro sépia nas fotos — a fumaça já faz esse serviço."
Enquanto isso, o conselho é simples: idosos e crianças devem evitar sair de casa nos horários de pico da poluição. E se você vir alguém ateando fogo? Denuncie. A multa pode chegar a R$ 50 milhões — dinheiro que, convenhamos, daria para comprar muitos extintores.
