
Em um momento em que a sustentabilidade virou palavra-chave para campanhas publicitárias, Plínio Ribeiro, especialista em políticas ambientais, faz um alerta: "Precisamos separar a agenda ambiental séria do plano de marketing".
Em entrevista exclusiva, Ribeiro critica a apropriação de causas ecológicas por empresas e governos que priorizam a imagem sobre ações efetivas. "Não adianta pintar o produto de verde se a cadeia produtiva continua predatória", afirma.
Os riscos do greenwashing
O especialista detalha como o chamado greenwashing - prática de maquiar operações como sustentáveis sem mudanças reais - prejudica o avanço ambiental:
- Desvia atenção de problemas estruturais
- Cria falsas soluções no imaginário público
- Reduz a pressão por políticas públicas efetivas
O caminho para uma agenda real
Ribeiro propõe três pilares para uma atuação ambiental séria:
- Transparência: Dados verificáveis sobre impactos e ações
- Responsabilidade: Compromissos mensuráveis e prazos definidos
- Participação: Inclusão de comunidades afetadas nas decisões
O debate ganha urgência enquanto o Brasil enfrenta desafios como o desmatamento recorde na Amazônia e a crise climática global. Para Ribeiro, "sustentabilidade de verdade exige coragem para mudar modelos, não apenas slogans".