
Imagine um lugar que deveria ser sinônimo de paz e conexão com a natureza, mas que virou um retrato cruel do descaso. É assim que está o Pico da Caledônia, em Nova Friburgo — um verdadeiro banho de realidade pra quem espera encontrar só paisagens idílicas na Região Serrana.
O cenário lá em cima? Garrafas plásticas fazendo cosplay de pedras, embalagens de salgadinho dançando com o vento e até — pasmem! — fraldas usadas enfeitando os arbustos. Parece piada de mau gosto, mas é a pura verdade.
Estrutura que dá pena
Os banheiros químicos — quando existem — parecem ter saído de um filme de terror pós-apocalíptico. E olha que nem tô exagerando muito. A trilha principal, que deveria ser um convite ao ecoturismo, mais parece uma pista de obstáculos com buracos capazes de engolir uma bota inteira.
Nos fins de semana, a situação fica ainda mais caótica:
- Filas quilométricas de carros disputando cada centímetro de acostamento
- Grupos de 20, 30 pessoas amontoadas nos mirantes
- Barracas de comida improvisada que deixam rastros de gordura e embalagens
O que dizem os especialistas
"É a receita perfeita pro desastre", afirma Marcelo Rocha, biólogo que estuda a região há 15 anos. Segundo ele, o solo do local está mostrando sinais claros de erosão acelerada — e adivinha só? A culpa é da pisada constante sem qualquer controle.
Já a prefeitura, sempre ela, jura de pés juntos que tem planos. "Estamos elaborando um projeto de requalificação", diz o secretário de Turismo, enquanto os meses passam e nada muda no chão da montanha.
Turista também tem culpa no cartório
Não adianta só apontar o dedo pro poder público. Tem gente que parece achar que a natureza é uma espécie de lixeira ao ar livre. Já viram aquela máxima "lugar de lixo é no lixo"? Pois é, pra alguns visitantes isso parece ser só uma sugestão opcional.
O pior? Alguns até postam fotos maravilhosas nas redes sociais — cuidadosamente enquadradas pra não mostrar a sujeira aos pés. Hipocrisia pura, né?
Enquanto isso, os moradores mais antigos da região contam com nostalgia dos tempos em que subir ao Pico era uma experiência quase espiritual — não uma aventura que lembra um shopping lotado no Natal.