
Imagine uma montanha de lixo tão alta que dá pra ver de longe — e o cheiro? Nem se fala. É o que acontece na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, onde um lixão a céu aberto virou o pesadelo dos moradores. E olha que a situação piorou com a seca braba que castiga a região.
Não é exagero dizer que virou uma bomba-relógio. Sem chuva, o lixo acumulado — desde restos de comida até eletrônicos velhos — tá secando e virando combustível perfeito pra incêndios. E tem mais: o chorume, aquele líquido preto nojento que escorre do lixo, pode contaminar os rios da região. Já pensou?
Riscos que ninguém merece
Os agentes de saúde tão de cabelo em pé. "A gente já via casos de dengue e diarreia, mas agora tem até suspeita de leptospirose", conta uma enfermeira que prefere não se identificar. Sem contar os bichos — ratos, urubus e insetos — que fazem a festa no meio da sujeira.
E não é só a saúde que tá em jogo. O fogo pode pegar a qualquer momento — igual aconteceu ano passado em outro lixão por ali. "Quando começa, é um inferno. A fumaça preta cobre a cidade toda", lembra um bombeiro aposentado.
Promessas que não saem do papel
As prefeituras dos três países já discutiram soluções — algumas até bonitas no papel. Coleta seletiva? Só em bairros ricos. Aterro sanitário? "Tá em estudo" faz anos. Enquanto isso, o lixo só aumenta.
"É sempre a mesma história: quando vira notícia, todo mundo se mobiliza. Passa uma semana, esquecem", desabafa um líder comunitário. Ele tem razão — o problema não é novo, mas com a seca recorde deste ano, a situação fugiu do controle.
E você, acha que dá pra continuar empurrando esse problema com a barriga? Enquanto as autoridades não acordam, são os catadores — os verdadeiros heróis dessa história — que arriscam a vida no meio do lixo todo dia.