Incêndio em mata de Várzea Paulista assusta moradores e mobiliza bombeiros
Incêndio em mata mobiliza bombeiros em Várzea Paulista

Não era o calor habitual da tarde que deixava o ar pesado em Várzea Paulista nesta terça-feira (16). Um cheiro de queimado cortava o vento — e não, não era só aquele churrasco descuidado do vizinho. Da janela de casa, a dona Maria (que prefere não dar o sobrenome) viu o que parecia uma cortina de fogo avançando pela mata atrás do bairro. "Pensei: meu Deus, vai pegar nas casas!", conta, ainda com a voz trêmula.

Antes que o pânico se espalhasse junto com as faíscas, as sirenes já anunciavam a chegada dos bombeiros. Dois caminhões, uma equipe de sete homens e — pasme — até um drone sobrevoando a área. Não era pouco, mas o fogo, teimoso, resistia como se tivesse personalidade própria.

O que sabemos até agora:

  • O incêndio começou por volta das 15h30, perto do Jardim América
  • Área atingida: equivalente a três campos de futebol (e crescendo)
  • Causa? Ainda um mistério — mas a secura do inverno é cúmplice certa

Enquanto isso, no grupo de WhatsApp da comunidade, os boatos voavam mais rápido que as chamas. "Dizem que foi balão", "Aqui falam de bituca de cigarro", "Prefeitura devia ter limpado o mato". Enquanto as teorias se multiplicavam, os bombeiros — esses sim com informação de verdade — trabalhavam contra o relógio.

Por volta das 18h, uma notícia aliviou os ânimos: o vento mudou de direção, afastando o perigo das residências. Mas o alívio veio com gosto amargo — a mata, essa sim, continuava a virar cinza. E os animais? Ninguém sabe ao certo quantos bichos perderam casa ou vida nessa história toda.

À noite, com as chamas controladas (mas não totalmente extintas), o tenente Almeida deu o balanço oficial: "Situação está 70% resolvida, mas vamos ficar de plantão a noite toda". Enquanto ele falava, uma coruja carbonizada caía de uma árvore atrás dele — detalhe que nenhum release oficial mencionaria.

Moradores da região reclamam que isso já aconteceu antes — no ano passado, um incêndio menor na mesma área. "Dessa vez foi pior", suspira o aposentado Osvaldo, enquanto observa o trabalho dos bombeiros com um copo de café nas mãos. O cheiro de fumaça, diz ele, deve ficar na roupa por dias.