
O que era para ser um refúgio de paz virou cenário de caos. Na madrugada desta segunda-feira (4), as chamas tomaram conta do Parque Estadual do Rola Moça, um dos cartões-postais de Minas Gerais. O fogo, que parecia ter vida própria, avançou rápido — mais rápido do que os bombeiros conseguiam controlar.
Moradores acordaram com o cheiro de queimado e o céu tingido de laranja. "Parecia o fim do mundo", contou um vizinho, ainda abalado. A fumaça era tão densa que chegou a ser vista de bairros distantes, criando um cenário apocalíptico sobre a região metropolitana de Belo Horizonte.
Uma corrida contra o tempo
Os bombeiros trabalharam sem descanso, mas a vegetação seca — típica desse período do ano — agiu como combustível perfeito. Helicópteros sobrevoavam a área despejando água, enquanto no chão, as equipes enfrentavam terreno acidentado e ventos que mudavam de direção sem aviso.
"É como tentar apagar um incêndio com um copo d'água", desabafou um dos combatentes, com o rosto marcado pela fadiga. A situação só começou a melhorar no final da tarde, quando uma frente fria trouxe alívio — ainda que temporário.
O que se perdeu?
O parque, que abriga espécies raras da fauna e flora brasileiras, sofreu danos em pelo menos 30% de sua área. Biólogos temem pelo pior: muitos animais não tiveram chance de escapar. "É uma tragédia sem precedentes para a biodiversidade local", lamentou uma especialista, enquanto examinava as cinzas que cobriam o que antes era mata verde.
As trilhas, tão frequentadas por amantes da natureza, agora são caminhos de terra queimada. E o pior? Ninguém sabe dizer quanto tempo levará para a área se recuperar — se é que vai conseguir.
As causas ainda são mistério
As investigações começaram, mas as hipóteses são muitas: desde um descuido humano (uma bituca de cigarro mal apagada, quem sabe?) até causas naturais. O que sabemos é que o período de seca transforma qualquer faísca em potencial desastre.
Enquanto isso, o governo estadual promete ações emergenciais. "Vamos reconstruir o que for possível", garantiu um representante, embora todos saibam que algumas perdas são irreparáveis. A natureza leva anos para construir — e segundos para destruir.