
Parece que Belém, a anfitriã da próxima COP30, está prestes a perder o posto — e o motivo é tão prosaico quanto irritante. Os preços das diárias nos hotéis da capital paraense dispararam de forma absurda, fazendo até mesmo diplomatas experientes torcerem o nariz.
"É um escândalo!" — foi o que ouvi de um delegado europeu que prefere não se identificar. "Estamos falando de valores que beiram o surreal para um evento que deveria priorizar a acessibilidade."
O pulo do gato hoteleiro
Enquanto isso, os donos de pousadas e hotéis — espertos como raposas — justificam a alta nos preços com a "lei da oferta e da procura". Só que esquecem de mencionar que dobrar (ou triplicar!) as tarifas pode colocar em risco justamente a procura pela cidade como sede do evento.
Detalhe curioso: alguns estabelecimentos estão cobrando mais por uma noite do que o salário mínimo mensal brasileiro. Para quem vem de países com moedas mais fortes, ainda pode ser "só" um desconforto. Mas e as delegações africanas e de pequenas ilhas?
O jogo político por trás dos lençóis
O presidente da conferência, em off, já admitiu que recebeu "sinais claros" de insatisfação. "Tem país ameaçando boicote discreto se a situação não for resolvida", confidenciou, enquanto ajustava o gravador com um suspiro.
- Diárias que variam entre R$ 800 e R$ 2.500 em hotéis de médio padrão
- Falta de opções econômicas próximas ao centro de convenções
- Preços até 300% acima da média histórica para o período
E olha que ainda faltam quase dois anos para o evento! Se continuar assim, até os jacarés do Ver-o-Peso vão cobrar ingresso para selfies.
Planos B em andamento
Fontes próximas à organização revelam que já existem conversas preliminares com outras cidades brasileiras. Manaus aparece como favorita, mas há quem defenda Florianópolis — "pelo menos lá tem praia", brincou um assessor, antes de ser repreendido pelo chefe.
O governo do Pará, é claro, garante que está trabalhando em soluções. "Vamos criar um comitê para avaliar medidas", disse um secretário, em frase que já virou piada nos corredores da ONU. Enquanto isso, o relógio climático — e o dos hoteleiros — continua correndo.