
Quem diria que um país menor que o estado de Pernambuco se tornaria um farol de esperança para o mundo? A Costa Rica, essa joia da América Central, acaba de alcançar um feito e tanto: foi reclassificada como nação rica pelo Banco Mundial. E o segredo? Apostar todas as fichas na proteção ambiental quando ninguém achava que isso daria lucro.
Enquanto muitos países ainda discutem se vale a pena cuidar das florestas, os costarriquenhos já colhem os frutos (literalmente) de uma aposta feita décadas atrás. Cerca de 25% do território nacional é área protegida — imagine só! É como se todo o estado do Rio de Janeiro fosse um gigantesco parque nacional.
Do café ao ecoturismo: uma revolução silenciosa
Nos anos 80, quando a economia dependia basicamente do café e das bananas, alguém teve uma ideia maluca: e se transformássemos nossa natureza em produto? Hoje, o ecoturismo representa mais de 5% do PIB. Turistas do mundo inteiro pagam caro para ver aquelas araras vermelhas que quase desapareceram nos anos 90.
Mas não foi só sorte. Enquanto os vizinhos desmatavam, a Costa Rica criou:
- Um sistema de pagamento por serviços ambientais que virou modelo global
- Leis rígidas contra desmatamento (sim, você pode ser preso por cortar uma árvore sem autorização)
- Incentivos fiscais para quem preserva
Resultado? O país recuperou sua cobertura florestal de 26% nos anos 80 para incríveis 52% hoje. E o mais irônico: as áreas protegidas geram mais renda que as plantações de café jamais sonharam.
Energia limpa: quando a natureza vira negócio
Aqui vai um dado que vai fazer você pensar: 98% da energia consumida no país vem de fontes renováveis. Enquanto o mundo debate combustíveis fósseis, os costarriquenhos já resolveram essa equação há tempos — usando rios, vento e calor dos vulcões (sim, eles têm vários!).
"Mas como um país pequeno consegue bancar tudo isso?", você deve estar se perguntando. A resposta é mais simples do que parece: impostos. Parte significativa da arrecadação vai direto para programas ambientais. E o povo aceita porque vê os resultados no dia a dia.
Lições para o Brasil (e para o mundo)
O caso da Costa Rica prova que desenvolvimento econômico e conservação ambiental não são inimigos. Pelo contrário, podem ser aliados poderosos. Algumas lições que podemos aprender:
- Preservar dá lucro — mas é preciso paciência para colher os frutos
- Políticas públicas consistentes valem mais que discursos bonitos
- A natureza pode ser o seu melhor produto de exportação
Claro, nem tudo são flores (embora haja muitas na Costa Rica). O país ainda enfrenta desafios como o controle do turismo em massa e a pressão por mais desenvolvimento. Mas uma coisa é certa: eles provaram que é possível escrever uma história de sucesso diferente.
Quem sabe daqui a algumas décadas não estaremos falando do "milagre verde brasileiro"? Afinal, temos muito mais natureza para preservar — e potencialmente monetizar. A Costa Rica mostrou o caminho. Agora é seguir — ou inventar um ainda melhor.