
Não dá pra fingir que não viu: a partir desta sexta-feira (1º), em Cordeirópolis, tá proibido usar água tratada pra lavar calçadas, quintais e até mesmo veículos. A medida, que parece drástica, é resposta direta à estiagem que castiga a região — e olha que nem estamos no pico da seca ainda.
Quem passar por cima da regra pode se preparar pra dor no bolso: multas entre R$ 500 e R$ 2 mil estão previstas no decreto municipal. "É questão de sobrevivência", justifica um técnico da prefeitura que preferiu não se identificar. "Quando a torneira secar, ninguém vai lembrar do carro brilhando."
O que muda na prática?
- Nada de mangueirada nas ruas — só água de reúso ou da chuva (se é que vai cair)
- Lava-jato? Só se for à seco ou com sistema de reciclagem
- Vizinho fiscalizando vizinho? Pode acontecer — as denúncias serão aceitas
Curiosamente, a cidade vizinha de Limeira já adota medidas parecidas há anos. "Aprendemos na marra", conta Dona Marta, aposentada que guarda água da máquina de lavar pra limpar o quintal. "Antes reclamava, hoje ensino os netos a economizar."
E os comerciantes? Alguns já se adaptaram, outros... bem, vamos dizer que estão "em processo de conscientização". O dono de um lava-rápido local, que pediu pra não ser identificado, reclama: "Investi em equipamentos de reúso, mas o cliente ainda acha que água corrente limpa melhor".
Até quando vai durar?
Enquanto os reservatórios estiverem abaixo dos 60% — hoje estão em 58% e caindo. Meteorologistas preveem mais 30 dias de tempo seco, então melhor ir se acostumando com a poeira no carro.
Pra quem acha exagero, um dado: só no último mês, o consumo de água subiu 18% na região. "Tempos difíceis pedem medidas impopulares", filosofa o prefeito em nota oficial. Resta saber se a população vai comprar a ideia ou se vai rolar aquela velha "lei de Gerson".