
Belém, a capital paraense, está no centro de um debate que mistura geopolítica, meio ambiente e uma pitada de controvérsia. A escolha da cidade para sediar a COP30 em 2025 — sim, daqui a dois anos — não foi só um mero detalhe logístico. Foi um tiro certeiro (ou não?) numa discussão antiga: quem realmente manda no jogo das mudanças climáticas?
E olha que o assunto tá longe de ser simples. Enquanto os grandes poluidores globais — você sabe quem são — ditam as regras, países em desenvolvimento ficam no banco de trás. "É como convidar alguém pra jantar e deixar a pessoa só lavar a louça depois", brinca um especialista, sem muita graça.
O paradoxo da hospedagem
Pensa comigo: sediar uma conferência dessas não é barato. Os custos? Absurdos. E quem paga a conta? No caso, o Brasil — com um detalhe: muitos países pobres nem conseguem bancar suas delegações direito. Resultado? Vozes importantes ficam mudas no debate.
- Custo médio por participante: R$ 15 mil (isso sem contar os "extras")
- Países africanos que cancelaram participação em eventos anteriores: pelo menos 12
- Número de hotéis de luxo reservados para diplomatas: você não quer saber
Não é à toa que tão rolando críticas. "A gente fala em inclusão, mas na prática é um clube fechado", dispara uma ativista de Moçambique, país que quase ficou de fora da COP27 por falta de verba.
E a tal da legitimidade?
Aqui o bicho pega. Teoricamente, a COP é democrática — cada país, um voto. Mas entre o papel e a realidade... bem, você conhece o ditado. Enquanto isso:
- As maiores economias dominam as negociações com seus exércitos de advogados
- Nações insulares — aquelas que podem sumir do mapa — mal conseguem falar
- E o Brasil? Fazendo malabarismos entre protagonismo e contradições internas
"É uma ironia cruel", comenta um observador veterano. "Os países que menos poluem são os que mais sofrem, mas têm menos poder de barganha." E Belém, nesse contexto, vira um símbolo — pra bem ou pra mal.
O que esperar da COP30?
Difícil prever. O governo federal prometeu "facilitar" a participação de nações pobres, mas — sempre tem um mas — os detalhes são nebulosos. Entre os palpites:
- Um fundo de apoio para delegações carentes (já ouvimos isso antes?)
- Pressão por regras mais justas de participação (boa sorte com isso)
- E, claro, muito discurso bonito sobre "união global" (enquanto isso, no mundo real...)
O certo é que a escolha de Belém não foi por acaso. A Amazônia tá na berlinda, e o Brasil quer — ou precisa — mostrar serviço. Resta saber se o palco vai incluir mesmo todos os atores, ou se será mais um espetáculo com lugares marcados.
Uma coisa é certa: quando o assunto é clima, a conta nunca fecha pra todo mundo. E dessa vez, a matemática promete ser ainda mais complicada.