
Não é novidade que o Amazonas enfrenta, todo ano, uma temporada de estiagem que transforma a floresta em um barril de pólvora. Mas em 2025, a coisa promete ser diferente — e não no bom sentido. O Corpo de Bombeiros já está de olho no céu (e nos termômetros) enquanto prepara um esquema especial para evitar que o fogo vire protagonista.
Treinos que valem ouro — ou melhor, água
Desde abril, os heróis de farda amarela estão suando a camisa — literalmente — em simulações que misturam tecnologia de ponta com técnicas tradicionais. Imagine dezenas de bombeiros enfrentando chamas controladas no meio do nada, enquanto drones mapeiam o terreno como se fossem pássaros high-tech. E olha que isso é só o começo.
"A gente tá fazendo o dever de casa antes da prova", brinca o capitão Raimundo Silva, antes de ficar sério: "Mas quando o rio baixa e o mato seca, não tem espaço pra erro".
Números que assustam (e motivos para esperança)
- Em 2024, foram 3.217 focos de calor registrados só entre julho e novembro
- Este ano, o estado já adquiriu 5 novos caminhões-pipa com capacidade para 10 mil litros cada
- Uma parceria inédita com universidades vai usar inteligência artificial para prever áreas críticas
Enquanto isso, nas comunidades ribeirinhas, o papo é outro. "A gente conhece o cheiro de fumaça antes mesmo de ver o fogo", conta Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra o "kit emergência" caseiro: baldes, panos úmidos e — claro — um rádio velho que não falha.
E aí, como ajudar?
Parece clichê, mas aquela velha história de não jogar bituca de cigarro? Continua valendo ouro. Os bombeiros ainda pedem:
- Denuncie queimadas ilegais pelo 193
- Mantenha aceiros limpos em propriedades rurais
- Não queime lixo — nem mesmo aquele montinho de folhas secas do quintal
Ah, e se você acha que "só um foguinho" não faz mal... Pense duas vezes. No ano passado, um incêndio que começou com a queima de lixo doméstico consumiu 18 hectares perto de Manaus. Demorou três dias pra apagar.
No final das contas, enquanto os termômetros disparam, o Corpo de Bombeiros corre contra o relógio — e contra a própria natureza. Resta torcer para que, quando o verão amazônico chegar com tudo, estejam todos mais do que preparados.