Não é todo dia que a natureza nos presenteia — ou assombra — com um espetáculo tão grandioso quanto triste. Na última sexta-feira (19), uma baleia jubarte adulta foi encontrada sem vida na praia de Cumuruxatiba, no município de Prado, litoral sul da Bahia. O gigante dos mares, que poderia chegar a 16 metros de comprimento e pesar até 40 toneladas, estava já em estado avançado de decomposição quando localizado por moradores.
Segundo testemunhas, o cheiro forte chamou atenção antes mesmo da visão do animal. "Parecia que algo grande tinha encalhado, mas ninguém esperava por isso", contou um pescador local, que preferiu não se identificar. A cena, digna de filme trágico, atraiu curiosos e também preocupados com a saúde dos oceanos.
O que levou à morte do colosso marinho?
Especialistas do Instituto Baleia Jubarte já foram acionados para investigar as possíveis causas do óbito. Entre as hipóteses — que vão desde doenças naturais até colisões com embarcações ou emalhe em redes de pesca —, uma coisa é certa: cada caso desses acende um alerta vermelho para a conservação marinha.
Curiosamente, a região é justamente uma das preferidas desses mamíferos durante sua temporada reprodutiva, entre julho e novembro. Ironia cruel que um dos símbolos da vida no oceano apareça morto justamente em seu "berçário".
Operação de remoção: um desafio logístico
Remover uma carcaça desse tamanho não é tarefa simples. As autoridades locais trabalham contra o relógio para evitar:
- Risco sanitário para a população
- Atração de predadores marinhos para a costa
- Impacto no turismo da região
O plano, segundo fontes da prefeitura, é arrastar o corpo para alto mar, onde servirá de alimento para outros organismos — o ciclo da vida seguindo seu curso, ainda que de forma não ideal.
Enquanto isso, biólogos aproveitam a triste oportunidade para coletar amostras que podem revelar segredos sobre a saúde dos oceanos. Afinal, como dizem os mais velhos da região: "Quando a maré baixa, a verdade aparece". E dessa vez, a maré trouxe um recado difícil de ignorar.
