Acordo histórico define regras para pesca sustentável em comunidades do Tapajós
Acordo define regras para pesca em comunidades do Tapará

Era uma daquelas manhãs em que o rio parecia espelho — e o acordo que saiu do forno promete refletir boas notícias pros ribeirinhos. Depois de meses de debate (e muito café derramado em reuniões), governo e pescadores fecharam as regras do jogo pra atividade pesqueira em 10 comunidades do Tapará, região que é o coração pulsante do oeste do Pará.

Não foi fácil, mas tá valendo: o documento estabelece desde cotas de captura até períodos de defeso adaptados à realidade local. "A gente sabe que sem peixe não tem futuro", diz Maria do Carmo, liderança comunitária que participou das negociações. E ela tem razão — quem vive às margens do Tapajós conhece cada curva do rio melhor que a palma da mão.

O que muda na prática?

  • Tamanho mínimo pra captura de espécies como o tambaqui (agora só acima de 55cm)
  • Vedações sazonais que respeitam os ciclos naturais de reprodução
  • Áreas protegidas onde a pesca fica proibida o ano todo

Curioso é que o acordo nasceu quase por acaso. Durante uma fiscalização rotineira no ano passado, os agentes ambientais perceberam que as regras genéricas simplesmente não colavam na realidade das comunidades. "Era como querer enfiar um pé em sapato três números menor", brinca o secretário de Meio Ambiente, lembrando os primeiros embates.

E os pescadores, o que acham?

Se você acha que veio bronca, se enganou. O pessoal tá comemorando — mas com ressalvas. "Agora ninguém pode chegar aqui e pescar tudo que vê pela frente", comenta Seu Zé, veterano que já viu o rio mudar mais que moda. A parte chata? Multas pesadas pra quem descumprir as normas, claro.

Ah, e tem um detalhe que faz toda diferença: o acordo prevê monitoramento participativo. Traduzindo? Os próprios ribeirinhos vão ajudar a fiscalizar, com direito a capacitação e tudo. Genial, não? É quase como se o rio ganhasse guardiões extras — de graça e com amor.

Enquanto isso, nas águas barrentas do Tapajós, os peixes seguem nadando sem saber que viraram assunto de reunião. Mas quem sabe, daqui a alguns anos, eles não agradeçam o acordo com cardumes mais fartos?