
Numa guinada que pegou muita gente de surpresa — e não da boa —, os Estados Unidos resolveram apertar o cerco contra o Brasil. A justificativa? Alegações que, pra variar, não convencem ninguém por aqui. A medida, que já nasce com cara de retaliação, impõe barreiras comerciais pesadas e congelamento de assets de empresas nacionais.
E aí, é claro, a reação não poderia ser diferente. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, não só criticou como praticamente escalou o tom da discussão. Para ele, a decisão americana beira o absurdo. "É uma medida desproporcional, sem fundamento factual robusto e que desconsidera totalmente o diálogo que mantínhamos", disparou, com aquela serenidade que só ele tem pra falar coisas explosivas.
Mas o que está por trás dessa treta toda?
O governo dos EUA alega — pasmem — que o Brasil não tem cooperado o suficiente em investigações internacionais. Sério mesmo? Porque aqui do lado de cá, a narrativa é outra. Muito se fala em interesses comerciais velados, aquela velha guerra disfarçada de disputa jurídica.
Barroso foi além e soltou a frase que já está ecoando por todos os cantos: "Isso não é sobre justiça. É sobre poder". E não deu outra. A opinião pública, claro, engrossou o coro. Nas redes, a hashtag #EUAInjustos viralizou em poucas horas.
Não é de hoje que a relação entre os dois países vive altos e baixos — mas dessa vez, o baixo foi fundo. Especialistas em comércio exterior já preveem impacto direto no agronegócio, na indústria de tecnologia e até no setor de serviços. Ou seja: vai doer no bolso de todo mundo.
E agora, José?
O Itamaraty já sinalizou que vai recorrer a instâncias internacionais. Vai questionar a legalidade da medida na Organização Mundial do Comércio e até mesmo nas Nações Unidas. Barroso endossou a estratégia e ainda deu um recado: "O Brasil não vai ficar de braços cruzados. Vamos usar todas as vias diplomáticas e jurídicas para reverter este equívoco".
Enquanto isso, aqui dentro, a união em torno da crítica às sanções parece ser uma das poucas coisas que todo mundo concorda. De esquerda a direita, do agro ao tech, a opinião é unânime: foi golpe baixo.
Resta saber se a pressão internacional — e a má publicidade — farão os EUA reconsiderarem. Porque, convenhamos, não é a primeira vez que eles se acham no direito de policiar o mundo. Mas dessa vez, o Brasil não está afim de ficar quieto.