
Parece que o capítulo mais sombrio da mineração brasileira pode estar perto de uma virada decisiva. Segundo informações do Financial Times, as gigantes BHP e Vale estão dispostas a abrir os cofres para enterrar de vez o processo judicial que as persegue desde o rompimento da barragem de Fundão, em 2015.
A proposta? Algo em torno de £36 bilhões (sim, bilhões mesmo!) para encerrar a ação movida por mais de 700 mil pessoas na Justiça britânica. Um valor que daria para comprar uns 10 times de futebol europeu — ou reconstruir Mariana umas 50 vezes.
O jogo das cadeiras musicais judiciais
O processo tá rolando em Londres porque, convenhamos, a BHP é australiana-britânica e achou mais estratégico brigar por lá. Mas os brasileiros que sofreram na pele o desastre continuam esperando por justiça há quase 10 anos. Uma década!
E olha que ironia: enquanto os advogados debatem em salas climatizadas, muita gente em Minas ainda vive com o gosto amargo da lama na boca. Literalmente.
Detalhes que você não vai acreditar:
- A oferta seria a maior da história em ações coletivas no Reino Unido
- Cada empresa pagaria metade do valor (mas ninguém falou em assumir culpa, claro)
- O juiz ainda precisa aprovar o acordo — e pode pedir ajustes
E aí vem a pergunta que não quer calar: será que dinheiro algum paga o Rio Doce morto, as casas engolidas, as vidas viradas de cabeça pra baixo? Difícil responder. Mas uma coisa é certa — o silêncio das mineradoras durou demais.
Enquanto isso, em Mariana, o relógio continua marcando o tempo de espera. Resta saber se essa proposta vai ser o fim da linha ou apenas mais um round nessa batalha judicial que já virou um verdadeiro cabo de guerra.