Quem passa pelo Setor Comercial Sul nestes dias nota algo diferente no ar — e não é só o clima seco do planalto. O chão, literalmente, está mudando. Uma verdadeira revolução silenciosa acontece sob os pés dos brasilienses.
Calçadas que antes desafiavam cadeirantes, idosos e até distraídos com seus buracos e desníveis perigosos estão sendo totalmente reconstruídas. A iniciativa, da Novacap em parceria com a Administração Regional do Plano Piloto, parece finalmente entender que andar pela cidade não deveria ser uma atividade de risco.
Não É Sobre Cimento, É Sobre Dignidade
O que me chama atenção não é apenas o óbvio — trocar o piso quebrado por um novo. A questão vai muito além. Eles estão instalando aqueles pisos táteis, sabe? Aqueles relevos que guiam pessoas com deficiência visual. Coisa que em outras capitais já era padrão, mas que aqui chegou com décadas de atraso.
E olha, não é pouco: são mais de 12 mil metros quadrados de calçada sendo refeitos. Uma área que daria uns dois campos de futebol, se alguém tivesse a louca ideia de jogar bola no concreto.
Obras que Geram (Algum) Caos
Claro que toda reforma vem com seu preço — e não me refiro apenas aos R$ 3,5 milhões investidos. O transtorno para comerciantes e frequentadores é real. Fechamentos de vagas, desvios, o barulho constante das máquinas... mas parece ser daquele tipo de incômodo necessário, sabe?
Como diz o administrador do Plano Piloto, Ivan Versiani, a expectativa é que tudo esteja pronto ainda este mês. Tomara que cumpram o prazo — porque com obra pública, sempre fico com um pé atrás.
Detalhe crucial: as novas calçadas não são apenas mais bonitas. Elas são mais largas, seguem padrões de acessibilidade que deveriam ser obrigatórios em toda cidade, e prometem durar mais que a moda do TikTok.
O que Isso Significa Para Brasília?
Para além do óbvio — melhorar a vida de quem precisa de acessibilidade — isso sinaliza uma mudança de mentalidade. A capital federal, tão conhecida por seus grandes espaços e arquitetura monumental, parece finalmente olhar para o pequeno, para o detalhe que faz diferença no dia a dia.
É quase irônico: uma cidade planejada com tanto cuidado originalmente, precisando ser redisgnada décadas depois para funcionar de verdade para todas as pessoas.
O SCS serve como piloto. Se der certo aqui, quem sabe não expandem para outros setores? Porque convenhamos: Brasília inteira precisa dessa cara nova.
Enquanto isso, vamos torcer para que as chuvas de verão não testemprem as obras — e que os brasilienses possam em breve caminhar pela cidade sem precisar olhar o tempo todo para o chão.
