
Finalmente! Depois de décadas de promessas e projetos engavetados, o tão sonhado túnel entre Santos e Guarujá saiu do papel de forma definitiva. E olha só quem puxa a iniciativa: um consórcio onde brilha a bandeira portuguesa da Mota-Engil, que não mediu esforços para garantir essa obra monumental.
O leilão, que rolou nesta sexta-feira na B3, em São Paulo, foi tenso. Mas no final das contas, o grupo batizado de 'Mobilidade Sotto Grande' levou a melhor — e não foi por pouco. A proposta deles arrancou suspiros: uma outorga inicial de nada menos que R$ 3,071 bilhões. Sim, você leu certo. Bilhões.
E não para por aí. A proposta vencedora ainda inclui um deságio absurdo de 6,89% sobre o valor mínimo. Algo que, convenhamos, deixa claro o quanto acreditam no sucesso do empreendimento.
De onde vem a grana? Uma parceria inédita
O mais interessante — e raro — nessa história toda é o modelo de financiamento. Não é só iniciativa privada, nem só governo. É os três níveis de governo entrando juntos na dança. Algo como um 'todo mundo põe a mão no bolso'.
- Governo Federal: entra com R$ 1,8 bilhão via PAC.
- Governo do Estado de São Paulo: banca outros R$ 1,2 bilhão.
- Iniciativa Privada: o consórcio investe a parte dele, fechando a conta dos R$ 5,66 bi totais.
Ou seja, uma verdadeira força-tarefa nacional. Algo que, cá entre nós, deveria servir de exemplo para outras obras paradas por aí.
E o que vem por aí?
O projeto em si é de tirar o fôlego. Dois túneis imensos, cada um com quase 2,5 km de extensão, ligando as duas cidades por baixo do estuário. A promessa é reduzir o tempo de travessia de mais de uma hora (nos dias bons de balsa) para meros 5 minutos. Uma revolução para quem mora, trabalha ou depende do turismo na região.
Agora é correr contra o tempo. A previsão é que as obras comecem ainda este ano e durem, pasmem, 54 meses. Quase cinco anos de muito trabalho, mas que prometem mudar para sempre a cara — e o trânsito — da Baixada Santista.
Resta torcer para que tudo saia como o planejado. Porque, convenhamos, Brasil e obra pública nem sempre foram a melhor das combinações. Mas desta vez, com a privada no comando, a esperança é que a coisa ande — e rápido.