Acre: Moradores fecham BR-364 em Rio Branco em protesto por melhorias no Belo Jardim II
Moradores fecham BR-364 em Rio Branco por melhorias

Não deu outra. A insatisfação que vinha crescendo há meses finalmente explodiu na manhã desta quarta-feira (3), transformando o asfalto quente da BR-364 em palco de protesto. Por volta das 8h, um grupo de moradores do Belo Jardim II — aquela comunidade que muitas vezes parece invisível para os gestores públicos — decidiu que chega de esperar.

Eles simplesmente fecharam um dos trechos mais movimentados da rodovia federal. Imagina o caos? Pois é.

O que querem? Não é pouco, mas tampouco é um pedido de outro mundo. Eles exigem, veja bem:

  • Pavimentação decente das vias internas — porque ninguém merece viver numa lama só no inverno e numa nuvem de poeira no verão
  • Drenagem eficiente para acabar com aquelas enxurradas que invadem as casas toda vez que o céu decide chorar
  • Iluminação pública que funcione de verdade, não aqueles postes que mais parecem testemunhas mudas da escuridão
  • E, claro, coleta regular de lixo. Básico, não?

O clima no local? É de determinação, mas também de uma frustração que transborda. "A gente cansa de ser ignorado", soltou um senhor que preferiu não se identificar, enquanto ajustava a faixa protesto. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) chegou rapidamente, tentando negociar — até agora, sem sucesso.

O outro lado da moeda

Enquanto isso, do outro lado dos holofotes, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) emitiu um comunicado padrão. Aquele de sempre: "estamos cientes" e "tomando as providências necessárias". Sabe como é. Mas os moradores, cansados de promessas vazias, seguem firmes.

O trânsito, claro, está um verdadeiro inferno na terra. Quem precisa cruzar a região deve buscar rotas alternativas — se é que existem. Motoristas buzinam, alguns xingam, outros apenas esperam com uma paciência que só o acreano tem.

Uma coisa é certa: o protesto no Belo Jardim II joga luz sobre um problema muito maior que uma rua esburacada. É sobre dignidade. É sobre o direito de viver num lugar que não te puna por tê-lo escolhido para morar.

Até quando a rodovia ficará fechada? Nem eles sabem. A bola agora está com os governantes. Resta saber se vão, finalmente, ouvir o grito daqueles que há tanto tempo são silenciados.