Imagine sair de casa e se deparar com uma estrada de terra cheia de buracos, poeira no verão e lama no inverno. Essa é a realidade de dezenas de famílias em um bairro da Grande Belo Horizonte — e o pior? A situação se arrasta há anos, sem perspectiva de solução.
"É um descaso total", desabafa Maria*, moradora local. "Quando chove, parece que estamos no meio do mato, não numa capital moderna". A rua em questão — que nem nome oficial tem — virou um símbolo do abandono. Crianças brincam entre valetas improvisadas, carros sofrem com danos constantes e idosos enfrentam verdadeiras provações para circular.
O preço do esquecimento
Os problemas vão além da inconveniência:
- Ambulâncias e viaturas policiais evitam a via por medo de atolamento
- Comércio local perde clientes — quem quer enfrentar a poeira?
- Propriedades desvalorizam enquanto o poder público finge não ver
Curiosamente, a poucos quarteirões dali, ruas asfaltadas demonstram que a tecnologia existe — só não chega pra todos. "É como se fôssemos cidadãos de segunda classe", comenta outro residente, pedindo anonimato.
Promessas empoeiradas
A prefeitura local — sempre ela — alega "questões orçamentárias". Mas os moradores já cansaram do discurso. "Todo ano é a mesma história, especialmente perto das eleições", diz Carlos, que vive no local há 15 anos. "Aparecem, tiram fotos, fazem promessas... e depois? Nada."
Enquanto isso, a poeira sobe, a paciência desce e a sensação de abandono só aumenta. Será que precisa alguém se acidentar gravemente para que as autoridades acordem? A pergunta fica no ar, tão presente quanto a poeira que insiste em invadir as casas.
