
Imagine a cena: um gavião, majestoso mesmo ferido, encolhido no canto de um quintal em Itapetininga. Foi assim que um morador — que prefere não se identificar — se deparou com a ave nesta quinta-feira (25). "Parecia desorientado, com uma asa meio torta", contou, ainda assustado. O problema? Ninguém parecia saber exatamente como ajudar.
Ele ligou para órgãos ambientais, tentou contato com ONGs... Nada. "Fiquei rodando em círculos, igualzinho ao bicho, tentando achar quem pudesse socorrer", desabafou. Enquanto isso, o gavião, um carcará (sim, aqueles que a gente vê em documentários), olhava fixamente, como se entendesse a frustração humana.
O drama do resgate que não aconteceu
Você já tentou ajudar um animal selvagem? É um parto. Primeiro, o Corpo de Bombeiros disse que não era atribuição deles (a menos que o bicho estivesse, sei lá, pendurado num poste). Depois, o órgão ambiental local sugeriu que ele mesmo capturasse a ave — "Só jogar uma toalha por cima e colocar numa caixa", disseram. Tá brincando? O cara não é Steve Irwin!
No fim das contas, o gavião sumiu antes que qualquer ajuda de fato chegasse. "Sumiu como um fantasma", lamentou o morador. Será que conseguiu se recuperar sozinho? Ninguém sabe. O que ficou foi a lição: nossa estrutura para resgates de fauna é mais frágil que asa de filhote.
E agora?
Se você encontrar um animal silvestre machucado:
- Não tente manusear — pode ser perigoso para ambos
- Ligue para a Polícia Ambiental (190) ou IBAMA (0800 61 8080)
- Se possível, isole a área e espere por profissionais
E aí, será que a gente precisa de mais "gaviões" — no sentido figurado — para pressionar por melhores políticas de resgate? Fica a reflexão.