Amapá na Vanguarda da COP30: População Local Apresenta Ideias Revolucionárias para o Clima
Amapá leva propostas populares para a COP30

Macapá, hein? A cidade fervilhava num sábado diferente. Longe da calmaria usual de fim de semana, o Largo dos Inocentes se transformou num caldeirão de ideias. E não eram ideias quaisquer. A galera saiu de casa, deixou o Netflix de lado, e foi botar pra quebrar sobre o futuro do planeta.

Pois é, a COP30 tá aí, batendo na porta, marcada para Belém no ano que vem. E o povo do Amapá, com aquele jeito único de quem vive na porta de entrada da Amazônia, decidiu que não ia ficar de fora dessa conversa. Não mesmo. Eles foram lá e disseram: «Escutem a gente!».

Ciência de Boteco e Sabedoria de Vó

O evento, uma parceria daquele jeito — governo do estado, prefeitura e até a famosa Fiocruz —, foi uma mistura doida. De um lado, pesquisadores com gráficos complexos e dados sobre emissões de carbono. Do outro, comunidades tradicionais, indígenas, ribeirinhos, todos com uma sabedoria de séculos. E no meio, o cidadão comum, como eu e você, dando seu pitaco.

Não foi uma daquelas reuniões chatas de sempre, com PowerPoint interminável. Teve tambor de marabaixo ecoando pelo largo, oficinas práticas — sim, gente botando a mão na massa —, e debates que mais pareciam uma roda de conversa na calçada de casa. A informalidade, ao que parece, foi a chave para destravar a criatividade geral.

As Propostas que Ninguém Esperava

E as sugestões? Foram de emocionar. Teve de tudo. Desde coisas super práticas, como criar corredores verdes urbanos para frear aquela sensação de forno que as cidades viraram, até propostas ousadas que mexem com estruturas de poder.

  • Justiça Climática já! A galera foi firme na defesa de que quem menos poluiu — e mais sofre — precisa ser ouvido e remunerado. É a voz da periferia global ecoando no Norte do Brasil.
  • Plástico Zero nas Veias da Amazônia: Uma campanha agressiva para eliminar o plástico de uso único de vez dos rios e igarapés. Ideia simples, impacto gigante.
  • Conhecimento Tradicional com Selo Científico: Que tal validar o que os povos originários já sabem há séculos com a chancela da ciência ocidental? Uma ponte entre dois mundos.
  • Mobilidade que Flui como um Rio: Investimento pesado em transporte público fluvial e de baixa emissão. Afinal, por aqui, o asfalto é de água.

E olha, uma coisa me chamou a atenção: o pessoal não tá pedindo, tá exigindo um assento na mesa principal das negociações. Eles querem ser mais do que espectadores; querem ser protagonistas da sua própria história.

«A gente cansa de ser objeto de estudo, quer ser sujeito da solução», disparou uma jovem liderança comuna, num momento que arrancou aplausos. E ela tem toda a razão.

E Agora, José?

Toda essa efervescência foi documentada, é claro. Vira um documento oficial, um «presente» do Amapá para os chefões que vão decidir o futuro da COP30. Será que vão levar a sério? Espero, sinceramente, que sim. Porque dali saíram não apenas palavras bonitas, mas um retrato fiel do que é viver na linha de frente das mudanças climáticas.

O evento mostrou, na prática, que as soluções mais geniais não nascem em laboratórios isolados. Elas brotam do chão, da convivência, do suor e da esperança de quem vive o problema na pele. O Amapá deu uma verdadeira aula de cidadania ativa e mostrou que, quando o povo se junta, a conversa muda de nível.

Fica a pergunta no ar: o resto do mundo está pronto para ouvir?