Carroças Proibidas em BH: Nova Lei Gera Polêmica entre Protetores de Animais e Trabalhadores
BH proíbe carroças: debate entre animais e trabalhadores

Pois é, gente. A partir de 13 de janeiro de 2026, as ruas de Belo Horizonte vão ficar mais silenciosas - pelo menos no que diz respeito ao tropel de cascos. A lei municipal 12.181/2025, sancionada pelo prefeito Fuad Noman, está gerando um debate que divide a cidade ao meio.

De um lado, os defensores dos animais comemoram - finalmente, dizem eles, um fim para o que consideram maus-tratos. Do outro, centenas de carroceiros veem seu sustento ameaçado, sem muitas alternativas à vista. E aí, quem tem razão?

O que muda na prática?

A nova legislação não veio do nada. Ela estabelece um prazo de 120 dias para que carroceiros se adaptem e busquem outras formas de trabalho. Multas? Ah, sim - e não são poucas: até R$ 5 mil por infração, aplicáveis tanto ao condutor quanto ao proprietário do animal.

Mas calma lá. A lei prevê exceções para situações específicas: atividades agropecuárias, projetos culturais ou educacionais autorizados, e aquelas tradicionais charretes turísticas que todo mundo adora fotografar no Parque Municipal.

O drama humano por trás dos cavalos

Conversando com alguns carroceiros pela região da Pampulha, a angústia é palpável. "Como vou sustentar minha família?", pergunta um senhor que prefere não se identificar. Ele trabalha com carroça há mais de vinte anos e não sabe fazer outra coisa.

A Prefeitura promete programas de requalificação profissional, mas os detalhes são vagos. E o tempo? Quatro meses voam quando você tem contas para pagar.

A voz dos protetores animais

Já os ativistas pela causa animal respiram aliviados. Eles argumentam que as carroças urbanas submetem os animais a condições insalubres - trânsito barulhento, poluição, pavimento quente demais no verão mineiro.

"É uma questão de civilidade", defende uma voluntária de uma ONG local. "Cavalo não foi feito para puxar carga em asfalto quente entre carros e buzinas."

Vale lembrar que a legislação estadual já proíbe veículos de tração animal em vias de grande movimento desde 2014. Esta nova lei municipal apenas amplia a proibição para basicamente toda a cidade.

E agora, José?

O impasse está montado. De um lado, o bem-estar animal inegável. Do outro, a sobrevivência de famílias que dependem dessa atividade há gerações.

Nos próximos meses, a discussão promete esquentar os debates na Câmara Municipal e nos bairros periféricos onde a carroça ainda é meio de transporte e trabalho.

Uma coisa é certa: Belo Horizonte nunca mais será a mesma. Resta saber se a transição será justa para todos os envolvidos - humanos e animais.