
Era mais um dia de sol inclemente no coração do Mato Grosso quando a lei decidiu entrar pela mata fechada. De repente, o silêncio da Terra Indígena Parabubure foi quebrado pelo ronco de motores e vozes firmes - a Polícia Federal chegava para cortar o mal pela raiz.
Quatro indivíduos, pasmem, foram detidos durante a operação que mirou o garimpo ilegal que teimava em explorar ilegalmente aquelas terras protegidas. Mas não parou por aí: os agentes conseguiram bloquear nada menos que R$ 1,2 milhão em bens dos suspeitos. Uma quantia que, convenhamos, não é exatamente pequena.
O que encontraram? De tudo um pouco
Os policiais se depararam com um cenário de destruição - e de ganância. Máquinas pesadas, instrumentos de mineração e até mesmo uma draga foram apreendidos. Tudo utilizado para extrair ouro de forma predatória, sem qualquer respeito pela legislação ambiental ou pelos direitos dos povos originários.
E olha, a situação era séria mesmo. A operação, batizada de "Yporã", que em guarani significa "bom" ou "bonito", ironicamente combatia justamente aquilo que estava tornando a região feia e doente.
As investigações começaram lá atrás
Segundo me contaram fontes próximas ao caso, tudo começou com denúncias anônimas - sempre elas, não é? - sobre atividades garimpeiras irregulares dentro da área indígena. A PF então colocou as luvas de investigação e descobriu que os caras operavam sem qualquer autorização, claro.
Pior: usavam técnicas que devastavam o solo e contaminavam os rios com mercúrio. Um verdadeiro crime contra a natureza e contra as comunidades que dependem daqueles recursos para viver.
As escavações ilegais já tinham deixado marcas profundas na paisagem - cicatrizes abertas na terra que levarão anos para fechar, se é que algum dia fecharão completamente.
E agora, o que acontece?
Os quatro presos serão encaminhados para a cadeia, onde responderão por crimes ambientais e contra o patrimônio da União. E tem mais: podem pegar até cinco anos de cana por extração ilegal de minérios em terra indígena.
O valor bloqueado? Fica retido até que a justiça decida o que fazer com ele. Provavelmente será convertido em multas ou indenizações - quem sabe até revertido para programas de recuperação ambiental na região.
Enquanto isso, na Parabubure, os indígenas finalmente respiram aliviados. Sabem, no entanto, que a vigilância precisa ser constante. O ouro ainda brilha no subsolo, e a cobiça humana é uma sombra que teima em não desaparecer.
Mas por hoje, a vitória é deles. E da natureza.