
Foi uma cena de puro desespero que se abateu sobre a Escola Municipal Professor Antônio Félix, localizada na zona rural de Caruaru, nesta quinta-feira. O que começou como uma manhã normal de aulas se transformou num pesadelo quando um veneno invisível — carregado pelo vento — invadiu as salas de aula.
Cinco crianças, com idades entre 6 e 10 anos, tiveram que ser levadas às pressas para o Hospital da Restauração após inalarem agrotóxico que estava sendo aplicado numa plantação vizinha. Segundo testemunhas, o vento mudou de direção subitamente e trouxe consigo uma nuvem densa do produto químico.
Sinais de intoxicação apareceram rapidamente
Os primeiros sintomas não demoraram: náuseas, tonturas e dificuldade para respirar. "De repente, várias crianças começaram a passar mal ao mesmo tempo", relatou uma professora que preferiu não se identificar. "Foi assustador — parecia que o ar tinha virado veneno."
O Corpo de Bombeiros foi acionado imediatamente. Os socorristas encontraram um cenário preocupante: menores conscientes, mas claramente intoxicados, precisando de atendimento urgente. Todas as vítimas foram estabilizadas no local antes do transporte.
Fiscalização já está em andamento
A Secretaria Municipal de Agricultura e Reforma Agrária confirmou que técnicos já estão no local para investigar as circunstâncias do incidente. A grande questão que paira no ar: a aplicação do defensivo agrícola seguiu os protocolos de segurança necessários?
Especialistas alertam que esse tipo de situação — infelizmente — não é tão rara quanto deveria. "Quando se aplica agrotóxico perto de áreas habitadas ou escolas, o risco é imenso", explica um engenheiro agrônomo. "O vento é imprevisível, e essas substâncias podem viajar quilômetros."
As crianças intoxicadas recebem acompanhamento médico constante. Seus estados de saúde são considerados estáveis, mas a preocupação com possíveis sequelas a longo prazo permanece. Afinal, quem pode garantir que esse veneno passageiro não deixará marcas permanentes?
Enquanto isso, pais e moradores da região exigem respostas — e medidas concretas para evitar que tragédias similares se repitam. Porque quando a segurança de nossas crianças está em jogo, não há margem para erro.