Rio Branco enfrenta seca histórica: 40 dias sem uma gota d'água
Rio Branco: 40 dias sem chuva em seca histórica

Parece que alguém esqueceu de abrir as torneiras do céu em Rio Branco. Faz quase 40 dias que os acreanos não veem uma única gota d'água cair do céu — e olha que estamos no meio da Amazônia, onde chuvas são tão comuns quanto buzinaços no trânsito de São Paulo.

A situação tá feia, e não é pouco. Os reservatórios tão minguando feito sorvete no sol do meio-dia, enquanto os moradores fazem malabarismos pra economizar cada gota. "Nunca vi coisa igual", conta Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra a cisterna quase vazia no quintal. "Até os bichos tão sumindo da mata."

O que dizem os especialistas?

Segundo o meteorologista João Silva (que, ironicamente, tem um sobrenome que lembra deserto), essa é a pior seca desde 2010. "Normalmente temos pelo menos algumas pancadas de chuva nessa época", explica, enquanto aponta para gráficos que mais parecem montanhas russas de desespero. "Mas esse ano, nada. Absolutamente nada."

E não adianta botar a culpa só no El Niño não. A combinação de fatores inclui:

  • Alta pressão atmosférica persistente
  • Baixa umidade relativa do ar (tá abaixo de 30%, gente!)
  • Desmatamento na região — sim, isso ainda é um problema

Enquanto isso, na zona rural, os agricultores estão entre a cruz e a caldeirinha. "Perdi quase toda a plantação de banana", desabafa Seu José, esfregando as mãos calejadas. "Se não chover até o fim do mês, vai ser tragédia."

E agora, José?

A prefeitura já acionou o plano de contingência, mas — adivinhem? — os recursos são limitados. Caminhões-pipa rodam a cidade feito formiguinhas desesperadas, enquanto a Defesa Civil distribui orientações que mais parecem manual de sobrevivência no deserto.

O pior? Ninguém sabe quando vai chover. Os modelos meteorológicos tão tão confusos quanto eu tentando montar móvel de IKEA. Alguns falam em mais 15 dias de seca, outros são mais otimistas (ou seria pessimistas?).

Enquanto isso, o povo do Acre segue na torcida — mas não pela seleção. Torcem por nuvens carregadas, trovoadas e aquela chuva gostosa que lava a alma e enche os reservatórios. Até lá, é guardar água como se não houvesse amanhã.