
Parece que o céu esqueceu de abrir as torneiras sobre o Acre neste ano. Julho, que normalmente já não é lá muito generoso com as chuvas, decidiu bater um recorde preocupante: apenas 8 milímetros de água caíram durante todo o mês. Nem um pingo a mais.
O resultado? O Rio Acre, aquele que corta a capital como uma veia vital, está definhando. Neste momento, faltam meros 30 centímetros para atingir o nível mais baixo já registrado na história. Quem diria que um pedaço de régua escolar poderia causar tanta apreensão?
Quando o rio vira um fio d'água
Os moradores mais antigos da região estão coçando a cabeça. "Na minha época...", começam eles, antes de contar histórias de quando o rio parecia infinito. Hoje, a realidade é outra:
- Bancos de areia que nunca tinham aparecido agora dominam a paisagem
- Pequenos barcos — aqueles que garantem o sustento de muitas famílias — ficam encalhados com frequência
- Até os animais silvestres parecem confusos, buscando água onde antes não precisavam
E olha que ainda nem chegamos no período mais seco do ano! Setembro e outubro costumam ser cruéis por essas bandas. Se continuar assim, vamos precisar de uma lupa para encontrar o rio no mapa.
O que dizem os especialistas (e o que eles não dizem)
Os meteorologistas estão com aquela cara de "eu avisei". O fenômeno El Niño decidiu fazer das suas este ano, e o resultado está aí: um verão amazônico que mais parece o sertão nordestino. Mas calma, nem tudo está perdido!
Alguns agricultores — esses eternos otimistas — já começaram a adaptar suas plantações. "Se não pode com eles, junte-se a eles", parece ser o lema. Culturas que exigem menos água estão ganhando espaço, enquanto os tradicionais plantios de... bem, você sabe quais são... estão dando lugar a alternativas mais resistentes.
E aí, será que essa seca toda tem dedo humano? Bom, aí já é conversa para outro dia. O certo é que, com ou sem nossa ajuda, a natureza está nos dando um belo de um recado.