Não foi miragem: Ribeirão Preto literalmente transformou-se num pedaço do Saara nesta quarta-feira (11). O termômetro marcou 35.4°C, mas o verdadeiro vilão foi a umidade relativa do ar – miseráveis 6% às 15h, conforme dados do INMET. Um número tão baixo que chega a assustar até quem já está acostumado com o calorão do interior paulista.
Pra você ter ideia do que isso significa, a Organização Mundial da Saúde considera ideal acima de 60%. Abaixo de 30% já é estado de atenção. E abaixo de 12%? Alertam vermelho total, situação de emergência. Ribeirão não só entrou na zona de perigo como cavou fundo nela.
Efeitos na saúde: não é brincadeira
O ar seco é traiçoeiro. Ele não avisa quando vai atacar seu corpo. Os primeiros sinais são sutis: aquela coceira chata no nariz, os olhos parecendo areia, a garganta arranhando. Mas a coisa pode escalar rápido para sangramentos nasais, crises alérgicas violentas e até sérios problemas respiratórios. Idosos e crianças, então, viram alvo fácil.
– É como se seu corpo tivesse que trabalhar em dobro pra manter o mínimo de hidratação – explica um clínico geral que prefere não se identificar. – A desidratação chega sorrateira.
O que fazer quando o tempo vira seu inimigo?
- Virou refém da garrafa d'água: Beba. Mesmo sem sede. A sede já é sinal de que o corpo está pedindo socorro.
- Umidecer o ambiente é sagrado: Toalhas molhadas, bacias com água ou umidificadores. Vale tudo para não dormir num forno.
- Evite o sol das 10h às 16h: Sério. Se não for urgente, fique na sombra. Seu corpo agradece.
- Higiene nasal com soro fisiológico: Parece besteira, mas é uma luva. Alivia a respiração e hidrata as vias aéreas.
E não, não é exagero. O próprio INMET emitiu alerta de "perigo" para toda a região, válido até esta quinta-feira. A massa de ar seco que cobriu o Sudeste não dá trégua. Franca, outra cidade da região, também sofreu com a secura, registrando 11% de umidade.
Parece que o clima enlouqueceu de vez, não? Enquanto isso, a previsão para os próximos dias não anima muito: sol forte e sem nuvens, com a umidade podendo cair de novo pra faixa dos 15%. Melhor manter aquela garrafa d'água por perto e rezar – ou torcer – por uma frente fria milagrosa.
