Não é exagero dizer que Santa Catarina virou um freezer a céu aberto nesta semana. O termômetro despencou, e o que era só um friozinho típico de agosto se transformou num inverno digno de filme — daqueles que a gente só via na TV, em países distantes. Mas agora é real, e tá todo mundo tirando os casacos mais pesados do armário.
O cenário que parece saído de um conto de fadas (gelado)
Imagine acordar e ver tudo branco. Não, não é sonho — em cidades como São Joaquim, Urubici e Bom Jardim da Serra, a neve resolveu dar as caras. E não foi aquela nevezinha de mentirinha que derrete rápido: acumulou no chão, nos telhados, nos carros... Até os moradores mais antigos, acostumados com invernos rigorosos, ficaram de queixo caído.
"Aqui em São Joaquim a gente tá acostumado com frio, mas isso aqui é outro nível", conta o aposentado João da Silva, enquanto tira foto dos netos brincando na neve — coisa que ele mesmo nunca fez na infância. "Tá bonito de ver, mas tá difícil de aguentar", ri, esfregando as mãos.
Geada generalizada e estradas perigosas
Enquanto a neve rouba a cena em algumas regiões, a geada silenciosa faz estragos por todo o estado:
- Plantações cobertas por um manto branco — e não é poesia, é prejuízo na certa
- Carros "enfeitados" com aqueles desenhos gelados nos vidros (lindo, mas chato de limpar)
- Estradas virando pistas de gelo antes do amanhecer — melhor sair mais tarde ou levar uma pá de sal no porta-malas
O pessoal da Defesa Civil tá com o trabalho triplicado. "A gente avisa, mas sempre tem quem se arrisque e depois precise de ajuda", diz um dos agentes, que pediu pra não ser identificado. "É frio pra gente e frio pra eles também."
Números que dão arrepios
Pra você ter ideia do tamanho do frio:
- Estação de São Joaquim: -5,3°C — recorde da temporada
- Urubici: sensação térmica de -8°C com vento cortante
- Florianópolis: mínima de 6°C, mas com aquela umidade que entra nos ossos
E olha que os meteorologistas avisam: ainda não chegamos no pico do inverno. "A massa de ar polar veio mais intensa este ano", explica a climatologista Ana Souza. "E o que é pior — pode durar."
Como os catarinenses estão sobrevivendo?
Nas ruas, todo mundo virou especialista em camadas de roupa. "Duas meias, calça térmica, mais uma calça por cima...", enumera a estudante Mariana, enquanto toma um chimarrão que esfria em dois minutos. Nos mercados, os cobertores elétricos sumiram das prateleiras, e o consumo de sopas e chocolates quentes disparou.
Os animais também sentem — os abrigos estão lotados de pets resgatados do frio. "A gente recebeu três gatinhos congelando numa caixa de papelão", conta uma voluntária de ONG, os olhos cheios de lágrimas. "Por favor, não abandonem seus bichos."
E você? Já sentiu esse frio histórico? Conta pra gente como tá sendo aí na sua cidade — e se prepara, porque segundo os especialistas, essa onda gelada ainda vai dar o que falar.
