
A comunidade científica internacional está de luto com a morte da arqueóloga franco-brasileira Niède Guidon, aos 91 anos. Reconhecida por seu trabalho revolucionário no Parque Nacional Serra da Capivara, no Piauí, Guidon deixou um legado que transformou o entendimento sobre a ocupação humana nas Américas.
Nascida em Jaú, São Paulo, em 1933, Niède Guidon dedicou mais de cinco décadas à pesquisa arqueológica na região do semiárido piauiense. Suas descobertas de pinturas rupestres e artefatos com datação superior a 30 mil anos desafiaram as teorias convencionais sobre o povoamento do continente.
Um legado científico sem precedentes
Guidon não apenas revolucionou a arqueologia brasileira, mas também foi fundamental na criação do Parque Nacional Serra da Capivara em 1979, hoje Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. Seu trabalho meticuloso garantiu a preservação de mais de 1.300 sítios arqueológicos e 30 mil pinturas rupestres.
Reconhecimento internacional
A arqueóloga recebeu inúmeras honrarias ao longo da carreira, incluindo:
- Prêmio UNESCO para Ciência e Cultura
- Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico
- Título de Doutora Honoris Causa por diversas universidades
Seus colegas destacam não apenas suas contribuições acadêmicas, mas também seu compromisso com a educação e desenvolvimento regional, tendo criado o Museu do Homem Americano em São Raimundo Nonato.
O futuro da pesquisa arqueológica no Piauí
Apesar da perda irreparável, o trabalho de Guidon estabeleceu bases sólidas para continuidade das pesquisas. A Fundação Museu do Homem Americano, por ela idealizada, mantém ativos programas de estudo e preservação que garantem a perpetuação de seu legado científico e cultural.
O governo do Piauí já anunciou planos para homenagear a pesquisadora, cuja dedicação colocou o estado no mapa mundial da arqueologia. Seu nome permanecerá indelével na história da ciência brasileira.