
Imagina só sair de casa pra encontrar a rua "Caminho das Índias" ou desviar do trânsito na altura da "Travessa Salmo 91". Pois é, em Feira de Santana, no coração da Bahia, o mapa da cidade é uma autêntica colcha de retalhos cultural – e digo mais, tem cada nome que parece até piada, mas é de verdade.
Não é exagero nenhum afirmar que aqui o urbanismo tem sabor de novela das nove. A gente se perde entre referências que vão da telinha da Globo até os gramados dos estádios, passando – pasmem – por versículos bíblicos. Quem diria, hein?
Da Telinha para o Asfalto: As Ruas que a Globo Inspirou
Parece que alguém na prefeitura era fã de carteirinha da TV Globo. De repente, você tá andando por aí e se depara com a Rua Caminho das Índias, a Rua Passione e até a Rua Fina Estampa. Sério mesmo!
Não contentes, ainda tem a Rua Ti Ti Ti – aquela novela dos anos 80 com o grande Lima Duarte – e a Rua Guerra dos Sexos. Dá até vontade de esperar o próximo capítulo, mas aí o sinal verde abre e a vida real chama.
Homenagens de Chuteiras e Camisas
Os amantes do futebol também têm seu espaço garantido no concreto. A cidade presta sua homenagem a ídolos como Zico, Pelé e Garrincha, cada um com sua própria via. Imagino a discussão rolando solta na hora de batizar: "Mas o Pelé merece uma avenida, não uma travessa!"
E não para por aí: Ronaldo Fenômeno, Marta (a rainha do futebol feminino) e Didí também marcaram seu gol na nomenclatura urbana. Quem sabe não dá sorte morar na rua do seu ídolo, né?
As Ruas que Viraram Oração
Agora aqui é que a coisa fica realmente singular – e digo, com certa reverência. Tem rua com nome de Salmo 23, Salmo 91... deve ser o único lugar do mundo onde você pede direções e recita versículos bíblicos ao mesmo tempo.
Não me surpreenderia se alguém jurasse que morar na "Rua Salmo 23" traz uma proteção divina extra contra assaltos ou buracos na pista. Afinal, na Bahia a fé sempre encontra seu caminho – até no mapa da cidade.
O Que Isso Tudo Significa?
Olha, pra ser sincero, essa mistura toda diz muito sobre Feira de Santana. Mostra uma cidade que não leva a si mesma tão a sério, que absorve a cultura popular e a transforma em identidade urbana. É caótico? Talvez. É autêntico? Com certeza!
Enquanto outras cidades ficam presas a nomes de políticos ou datas históricas, Feira abraça o que o povo realmente conhece e ama. É uma crônica viva dos gostos, das crenças e das paixões que moldam o dia a dia de sua gente.
No fim das contas, cada placa conta uma história. E que história!