
Era pra ser mais um dia tranquilo no bairro — mas o barulho de motosserras e vozes alteradas logo cedo deixou claro que a história seria outra. De novo.
Moradores da Zona Leste de Manaus acordaram com cenas que, infelizmente, já conhecem bem: um grupo tentando avassalar parte daquela faixa verde que teima em resistir entre o cimento e o caos urbano. Dessa vez, segundo relatos, os invasores chegaram com caminhões carregados de material de construção — aquele velho truque de "fatos consumados".
O que está rolando de verdade?
Pelo menos três coisas ao mesmo tempo, como sempre nesse tipo de encrenca:
- Uma clara tentativa de grilagem urbana — porque no Brasil até árvore tem dono (ou vários)
- A eterna briga entre preservação e necessidade de moradia
- E, claro, aquele jeitinho brasileiro de resolver as coisas na marra
"Já ligamos pra prefeitura, pro meio ambiente, pro que tinha que ligar", conta Dona Maria, 62 anos, enquanto mostra fotos do terreno invadido no celular — a tela rachada testemunha o nervosismo. "Mas parece que ninguém quer encrenca."
E os órgãos públicos?
Ah, essa é boa. A SEMULSP (Secretaria Municipal de Limpeza Urbana) disse que "vai averiguar". Já a SEMMAS (Secretaria Municipal de Meio Ambiente) — pasmem — alegou que não tinha recebido nenhuma denúncia formal. Coisa de cinema, não?
Enquanto isso, os vizinhos organizam vigílias. "Não dá pra confiar só no poder público", resmunga um senhor que prefere não se identificar — e quem pode culpá-lo? A última vez que tentaram ocupar a área, em 2023, a coisa só resolveu depois de muita pressão popular e um belo escândalo na imprensa.
O que mais choca nessa história toda? Talvez seja a cara de pau. Num momento em que o mundo inteiro discute mudanças climáticas, ainda tem gente que acha normal derrubar árvores centenárias pra levantar barracos. Ironia ou burrice? Difícil dizer.