
Parece que o verde-amarelo da nossa bandeira está ganhando tons cada vez mais vermelhos - e não é de comemoração. Um daqueles relatórios que te faz coçar a cabeça e pensar 'será mesmo?' acaba de colocar o Brasil no pódio macabro dos países onde ser defensor do meio ambiente é praticamente profissão de risco.
Não é brincadeira não. A gente fica atrás apenas da Colômbia, México e Honduras nesse ranking terrível que ninguém quer estar. E olha que 2022 foi um ano particularmente brutal - 21 ambientalistas brasileiros mortos, segundo os números que circularam.
O que diabos está acontecendo por aqui?
Os conflitos por terra e recursos naturais parecem estar mais acirrados do que nunca. A Amazônia, claro, continua sendo o epicentro dessa guerra silenciosa - mas não é só lá não. Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal... praticamente todo bioma virou palco de tensão.
E tem um detalhe que é de cair o queixo: quase 90% desses crimes acontecem justamente na Amazônia Legal. Uma região que deveria ser orgulho nacional virou cenário de pesadelo para quem ousa proteger nossa natureza.
Quem são os alvos?
Os povos indígenas e comunidades tradicionais estão na linha de frente - e consequentemente, na mira. Lideranças que deveriam ser tratadas como heróis nacionais vivem sob ameaça constante. É como se estivéssemos assistindo a um faroeste moderno, onde a lei parece frágil demais para proteger quem defende o que é de todos nós.
E não pense que é só questão de ambientalista versus madeireiro ilegal. A trama é bem mais complexa - envolvendo desde grileiros até empresários que deveriam saber melhor. Uma rede de interesses que muitas vezes deixa os defensores encurralados.
E o governo nessa história?
Bom, aí a coisa fica ainda mais complicada. O relatório aponta que a sensação de impunidade é um dos combustíveis principais dessa violência toda. Quando os criminosos acham que não vão pagar pelo que fazem, fica difícil mesmo.
Além disso, tem toda uma questão de falta de proteção adequada para essas pessoas. Muitas vezes, as ameaças são conhecidas, mas a resposta chega tarde - quando chega.
É desanimador pensar que enquanto o mundo discute aquecimento global e preservação, aqui no Brasil quem levanta a bandeira verde precisa olhar por sobre o ombro o tempo todo. Uma contradição dolorosa para um país que se orgulha de sua natureza exuberante.
Será que vamos continuar assistindo a isso? Ou será que 2023 traz alguma mudança nesse cenário sombrio? Difícil ser otimista, mas torcer para que sim é o mínimo que podemos fazer.