
Nem só de tristeza vive quem enfrenta as águas revoltas do Rio Negro. Em Manaus, onde as cheias parecem desafiar a lógica a cada ano, uma luz no fim do túnel — ou melhor, no fim do rio — chegou para mais de 2 mil famílias.
A nova fase da Operação Cheia 2025 botou o pé na lama (literalmente) pra distribuir o que há de mais precioso nesses tempos difíceis: dignidade em forma de comida e água limpa. Cestas básicas que pesam mais que o alívio, kits de higiene que valem ouro quando o básico vira luxo, e galões de água que matam mais sede que promessas políticas.
Números que falam (e muito)
Olha só o que rolou só nos últimos dias:
- 1.842 cestas básicas entregues — cada uma com itens escolhidos a dedo pra aguentar o tranco
- 2.150 kits de higiene pessoal — porque ninguém merece passar aperto sem um sabonete pra chamar de seu
- 12 mil litros de água potável distribuídos — e olha que a conta não para por aí
Não é mero assistencialismo. É sobre manter viva a chama da esperança em bairros como o Educandos e São Jorge, onde as ruas viraram canais e as casas, ilhas precárias.
Nos bastidores da solidariedade
Quem pensa que é só chegar e entregar tá redondamente enganado. A logística por trás disso é digna de filme de ação — só que sem os efeitos especiais. Equipes da Defesa Civil e voluntários se desdobram em:
- Mapear as áreas mais críticas (e isso muda quase diariamente)
- Adaptar rotas de entrega conforme o nível das águas sobe
- Garantir que os produtos cheguem intactos — nada de comida molhada ou kits danificados
"A gente vê de tudo: desde idosos que não conseguem sair de casa até crianças ajudando a carregar os mantimentos em botes improvisados", conta um dos coordenadores, que prefere não ter o nome divulgado. "É cansativo? É. Mas a gratidão no olhar das pessoas paga qualquer cansaço."
Enquanto isso, nas redes sociais, os moradores mostram outra face da crise — a da resiliência. Fotos de prateleiras improvisadas em cima de móveis empilhados, receitas criativas com os itens das cestas, e até pequenas "festas" quando a ajuda chega. Prova de que o amazonense sabe transformar até a adversidade em motivo pra sorrir.
E você? Já parou pra pensar como seria sua vida se, de uma hora pra outra, sua casa ficasse debaixo d'água? Pois é... Enquanto as águas não baixam, a solidariedade continua navegando pelas ruas de Manaus.