Cinco anos após explosão em Beirute: Líbano ainda luta para se reerguer
Líbano ainda se recupera 5 anos após explosão em Beirute

Quem diria que um dia comum de agosto mudaria para sempre o rosto de Beirute? Cinco anos se passaram desde aquela tarde catastrófica, mas as marcas — físicas e emocionais — ainda estão lá, gritando para quem quiser ver.

Mais de 200 vidas perdidas. Mais de 6 mil feridos. E um buraco no coração da cidade que nenhuma obra de reconstrução parece capaz de tapar. O porto, outrora pulsante, hoje parece um fantasma do que já foi.

O que restou?

Andar pelas ruas do centro é como folhear um álbum de tragédias: prédios sem janelas, fachadas esburacadas, memórias suspensas no tempo. E o pior? A sensação de que tudo poderia ter sido evitado.

"A gente se acostuma com a destruição, mas não com a injustiça", me disse um morador enquanto apontava para o silo de grãos — aquele gigante de concreto que teimosamente resistiu à explosão, virando símbolo de resiliência.

Reconstrução ou esquecimento?

O governo promete, a comunidade internacional discute, as ONGs trabalham. Mas na prática? A burocracia e a corrupção emperram tudo. Enquanto isso:

  • Famílias ainda vivem em casas improvisadas
  • Empresários lutam para reerguer negócios
  • Artistas tentam transformar ruínas em arte

Não é só sobre cimento e tijolos. É sobre refazer vidas. E isso leva tempo — muito mais do que cinco anos.

O peso da memória

Todo 4 de agosto, velas iluminam a cidade. Flores enchem as ruas. Nomes são lembrados. Mas e nos outros 364 dias do ano? A dor continua, só que sem plateia.

Talvez o maior desafio seja equilibrar o luto com a esperança. Como reconstruir sem apagar? Como seguir em frente sem esquecer? Perguntas difíceis para um país que já carregava tantas cicatrizes antes mesmo dessa tragédia.

Uma coisa é certa: Beirute resiste. Não com grandiosidade, mas com aquela teimosia quieta de quem já sobreviveu a tanto. E enquanto houver essa centelha, há chance de renascimento.