Incêndio no Grand Canyon: Bombeiros lutam há 10 dias contra chamas que desafiam controle
Incêndio no Grand Canyon desafia bombeiros há 10 dias

Há dez dias, o céu do Arizona parece pintado de laranja — e não é pelo pôr do sol. Um incêndio florestal teima em não dar trégua no icônico Grand Canyon, transformando a paisagem em um cenário quase apocalíptico. Bombeiros, aqueles heróis de botas enlameadas e rostos marcados pela fadiga, travam uma batalha desigual contra as chamas que parecem ter vida própria.

"É como tentar domar um dragão com um borrifador", comenta um veterano do Corpo de Bombeiros, entre um gole de água quente e outro. As equipes — que incluem desde especialistas em queimadas até voluntários com o coração na mão — usam de tudo: aviões-tanque, retroescavadeiras e até técnicas antigas, como linhas de fogo controlado. Mas o vento, esse parceiro traiçoeiro, insiste em soprar as brasas para áreas ainda intocadas.

O preço da seca e do calor

Não é segredo que o Oeste americano virou um barril de pólvora. Com secas históricas e temperaturas que mais parecem rivais do deserto do Saara, qualquer faísca vira inferno. Desta vez, acredita-se que raios tenham dado o pontapé inicial — a natureza, ironicamente, incendiando sua própria obra-prima.

  • Área atingida: Quase 10 mil campos de futebol (sim, a gente mede tudo assim)
  • Recursos: 200 bombeiros, 5 helicópteros e uma paciência de jogo
  • Risco: Trilhas fechadas, animais em fuga e aquela fuligem que até em Las Vegas já se sente

Enquanto isso, turistas — aqueles que não cancelaram suas viagens — registram imagens surreais: paredões rochosos iluminados pelo fogo, como se o canyon decidisse cuspir lava. "Parece filme da Marvel, mas é real demais", murmura uma visitante, entre tosses.

E agora?

Os meteorologistas prometem (ou ameaçam?) temperaturas ainda mais altas nos próximos dias. Enquanto isso, as equipes no terreno fazem revezamentos exaustivos — dormindo em barracas, comendo comida fria e sonhando com chuva. "Às vezes a gente avança 10%, aí o vento vem e nos faz recuar 15%", desabafa um capitão, cujo nome a fumaça já apagou da memória.

O Grand Canyon já sobreviveu a eras glaciais e erosões milenares. Mas será que resiste à combinação explosiva de mudanças climáticas e puro azar? A resposta, por enquanto, está pairando no ar — junto com toda aquela fumaça.