
Imagine acordar e descobrir que o mundo ao seu redor virou um labirinto de água. Foi exatamente o que aconteceu com centenas de famílias indígenas em Roraima — e olha que não estamos falando de exagero poético aqui. As chuvas que caíram nos últimos dias transformaram estradas em rios e pontes em memórias distantes.
Segundo relatos que chegaram — a duras penas, diga-se —, algumas comunidades estão completamente ilhadas. "Parece que o céu resolveu desabar de vez", contou um líder local, em meio a uma ligação que mais parecia um pedido de socorro sussurrado.
O que está pegando mesmo:
- Estradas principais? Intransitáveis. Algumas sumiram no mapa.
- Pontes? Levaram um pé na bunda das fundações.
- Comunicação? Só se for por milagre ou sinal de fumaça.
E não pense que é só água que está sobrando. O que falta é o básico: comida, remédios, até água potável (ironia das ironias). Os estoques que deveriam durar semanas estão virando pó — literalmente, em alguns casos, por causa da umidade.
E os socorros?
Ah, essa é boa. Os helicópteros da Defesa Civil estão fazendo hora extra, mas parece jogo de Tetris: quanto mais peças você encaixa, mais aparecem. E olha que nem estamos no pico da temporada de chuvas ainda — o que, convenhamos, é de gelar o sangue.
Enquanto isso, nas comunidades, a criatividade virou moeda corrente. "Tá todo mundo improvisando como pode", relatou uma agente de saúde que conseguiu chegar — depois de três dias tentando. "Mas improviso tem limite, e o nosso tá no talo."
O pior? Ninguém sabe quando a chuva vai dar trégua. Os meteorologistas fazem cara de paisagem, os políticos prometem o mundo (como sempre), e no meio disso tudo, famílias inteiras encaram cada dia como se fosse uma roleta russa molhada.