
Imagine acordar com sirenes estridentes anunciando que um tsunami pode estar a caminho. Foi exatamente o que aconteceu com Ana (nome fictício), uma brasileira que mora na costa leste do Japão. Sem tempo para pensar duas vezes, ela fez o que muitos nem considerariam: escalou um templo centenário como se fosse uma rota de fuga improvisada.
— Eu não sabia se era exagero ou não, mas quando ouvi os vizinhos gritando, corri como se minha vida dependesse disso — contou ela, ainda com a voz trêmula. — O templo ficava no ponto mais alto do bairro. Subi os degraus de pedra tão rápido que quase tropecei três vezes.
O desespero que virou lição
Enquanto as ondas gigantes não chegavam (felizmente, o alerta foi reduzido horas depois), Ana passou quase quatro horas abraçada a uma estátua de Buda, rezando em português misturado com japonês arranhado. Moradores locais, acostumados a desastres naturais, levaram cobertores e água — um gesto que ela diz nunca esquecer.
Eis o que aprendemos com essa história:
- Não subestime alertas: "Achei que fosse falso alarme, igual no Brasil", admite. Erro grave.
- Conheça rotas de fuga: Templos e prédios altos salvam vidas em zonas costeiras.
- Mantenha calma (se possível): "Minha mãe sempre diz que pânico é o pior conselheiro. Ela tinha razão."
O que dizem as autoridades?
O governo japonês reforça: em caso de alerta, não espere para ver. Busque pontos elevados imediatamente — mesmo que pareça exagero. E olha só: templos antigos, construídos justamente em locais altos após séculos de lições da natureza, são opções melhores que shopping centers ou estacionamentos.
Ana, que hoje carrega uma mochila de emergência com documentos e água, brinca: "Aprendi que imigrante tem que ser mestre em duas coisas: trabalho duro e... sobrevivência a desastres."