
Numa reviravolta digna de roteiro de cinema, policiais russos viraram notícia por um motivo inusitado: recusar propina. Mas não foi só isso. Eles foram premiados com o mesmo valor que teriam recebido se tivessem cedido à tentação.
O caso aconteceu em Moscou, onde um grupo de agentes — que prefere não ter os nomes divulgados — mostrou que honestidade, às vezes, tem recompensa literal. A quantia exata não foi revelada, mas fontes afirmam que era suficiente para fazer qualquer um pensar duas vezes.
Dinheiro limpo por escolha difícil
Imagine a cena: um cidadão oferece um envelope cheio de notas em troca de "facilidades". Em vez de aceitar, os policiais prendem o subornador. Até aí, tudo dentro do esperado. O que surpreende é o que veio depois.
O Ministério do Interior russo decidiu transformar o caso em exemplo. Não apenas elogiou os agentes publicamente — o que já seria raro o bastante — como depositou em suas contas o valor idêntico ao da propina recusada.
"Melhor que salário extra"
Um dos envolvidos, sob condição de anonimato, confessou: "Nunca imaginei que dizer 'não' pudesse valer tanto". Outro completou, entre risos: "É como ganhar na loteria sem precisar jogar".
Especialistas em combate à corrupção veem a medida com cautela. "Simbólico? Sem dúvida. Eficiente a longo prazo? Difícil dizer", pondera Ivan Petrov, analista político. "Mas é inegável que manda uma mensagem forte."
Enquanto isso, nas ruas de Moscou, o caso virou piada: "Agora os policiais torcem para receber propina... para recusá-las", brinca um morador. Por trás do humor, porém, fica a pergunta: será que iniciativas assim podem mesmo mudar uma cultura arraigada de corrupção?