Justiça obriga RS a indenizar família vítima das enchentes de 2024 em Canoas — veja detalhes
Justiça condena RS a indenizar vítimas de enchente em Canoas

Não foi fácil. A água subiu rápido — daqueles sustos que deixam a gente sem chão — e levou junto móveis, documentos e, principalmente, a sensação de segurança. Agora, mais de um ano depois do caos, a Justiça finalmente deu razão à família de Canoas que viu a vida virar de cabeça para baixo.

O juiz não teve dúvidas: o Estado falhou feio na prevenção. "Quando o poder público dá sopa, o cidadão toma chuva", disparou na sentença, citando estudos técnicos que comprovam negligência na manutenção de diques. O valor? R$ 312 mil, corrigidos desde maio.

O que rolou naquela madrugada

Imagine acordar com água batendo na cama. Foi assim para a dona Marli, 58 anos, que precisou sair pela janela com o neto no colo. "Parecia filme de terror, mas era a nossa vida", lembra, com voz embargada. A casa, construída pelo falecido marido, virou pó.

  • Prejuízo total: 2 imóveis + oficina mecânica da família
  • Provas decisivas: Fotos antes/depois e laudo do Corpo de Bombeiros
  • Argumento da defesa: "Evento climático excepcional" (caiu por terra)

Curiosamente, o governo estadual tentou empurrar a culpa para a prefeitura — aquela velha história de "empurra-empurra" que todo mundo já cansou de ver. Só que o juiz não comprou: "Quando chove em excesso, é dever do Estado estar preparado", martelou.

E agora?

O dinheiro não devolve o álbum de fotos da formatura nem as ferramentas de trabalho, mas pelo menos ajuda a recomeçar. A família já está de mudança para um bairro mais alto — desta vez, com seguro contra enchentes.

Enquanto isso, o governo tem 30 dias para recorrer ou pagar. E olha que essa pode ser só a primeira de muitas ações: mais 17 famílias já entraram na Justiça com histórias parecidas.

"A gente fica revoltado porque poderia ter sido evitado. Tinha aviso meteorológico, tinha histórico de alagamentos..." — desabafa o advogado da família