Desembargador do Paraná recebeu salário sem trabalhar: investigação revela esquema
Desembargador do PR recebeu salário sem trabalhar

Um caso que está causando polêmica no Judiciário paranaense revela que um desembargador aposentado recebeu salários integrais sem cumprir sua carga horária de trabalho. A situação permaneceu assim por anos, levantando questionamentos sobre os mecanismos de controle dentro do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR).

Valores milionários e ausência de trabalho

As investigações apontam que o magistrado recebeu mais de R$ 500 mil em vencimentos enquanto deveria estar trabalhando, mas não cumpria sua jornada. O caso veio à tona através de procedimentos internos do próprio tribunal, que identificou a irregularidade.

O desembargador ocupava cargo de direção em um órgão do TJPR quando a situação ocorreu. Apesar de receber os proventos normalmente, não havia registro de sua presença ou da realização de atividades laborais correspondentes ao cargo.

Fiscalização questionada

O que mais chama atenção no caso é o tempo que a situação permaneceu sem ser detectada. Especialistas em direito administrativo questionam como um funcionário de alto escalão pode receber salários por anos sem que o sistema de controle identifique a ausência de trabalho.

"Este caso evidencia falhas graves nos mecanismos de fiscalização do Judiciário", analisa um especialista em direito constitucional. "Se isso acontece com um desembargador, imagina em outras esferas?"

Consequências jurídicas

O magistrado já está aposentado, mas o caso continua tramitando na Justiça. As investigações podem resultar em:

  • Ação de improbidade administrativa
  • Processo por enriquecimento ilícito
  • Possível devolução dos valores recebidos indevidamente
  • Investigações sobre responsáveis pela fiscalização

O Tribunal de Justiça do Paraná se manifestou sobre o caso, afirmando que "tomou as providências cabíveis assim que identificou a irregularidade" e que "o caso segue os trâmites legais apropriados".

Reflexos na confiança pública

Casos como este afetam diretamente a credibilidade do Poder Judiciário perante a sociedade. A população espera que os órgãos públicos, especialmente aqueles que zelam pela legalidade, mantenham padrões éticos irrepreensíveis.

O episódio serve como alerta para a necessidade de maior transparência e controle nos gastos públicos, especialmente quando se trata de servidores do alto escalão do Judiciário.