Delegado-Geral do Acre na Mira da Justiça: Acusado de Usar Viatura Ilegalmente e Recusar Teste do Bafômetro
Delegado-Geral do Acre investigado por recusar bafômetro

E aí, o que é que a gente faz quando justamente quem deveria zelar pela lei parece estar dando uma escorregada feia? A pergunta, mais filosófica que jurídica, vem à tona com o caso quente que envolve o topo da polícia do Acre.

O delegado-geral da Polícia Civil, Elias Mesquita, tá mesmo numa enrascada das grandes. Virou alvo de um inquérito da Corregedoria da própria instituição – e olha que a coisa não é pouca. As acusações são pesadas: uso do carro oficial para, supostamente, fins particulares e, pior ainda, a recusa categórica de soprar o bafômetro numa operação de trânsito.

O Enrosco da Viatura e a Blitz que Mudou Tudo

Tudo começou com uma denúncia anônima. Alguém, com certa coragem, apontou o dedo para o chefe da polícia, alegando que ele tava usando uma camionete S10, patrimônio do estado, como se fosse seu carro de passeio. Para trabalhos pessoais, sabe como é? A Corregedoria, claro, não fez vista grossa e botou o caso em apuração.

Mas a trama engrossou de verdade no último sábado, 31 de agosto. Por volta das 22h, numa blitz de rotina na Avenida Ceará, em Rio Branco, o tal veículo foi abordado. E adivinha quem estava ao volante? O próprio Elias Mesquita. Os agentes do Detran, fazendo seu trabalho, pediram o teste do bafômetro. E aí... silêncio. A recusa foi imediata.

Não soprar o bafômetro, como todo mundo sabe, é uma infração gravíssima de trânsito. Dá uma multa daquelas de doer no bolso, 7 pontos na carteira e ainda a suspensão do direito de dirigir por um ano. Para qualquer cidadão, já seria um problema seríssimo. Para o principal delegado do estado, soa como uma contradição gritante.

O que Diz a Defesa? E a Corregedoria?

Procurado, Mesquita não negou a recusa. Mas justificou! Disse que não fez o teste porque... estava com pressa. Sim, essa foi a alegação. Pressa para atender uma ocorrência de "restrição de liberdade" – um suposto sequestro relâmpago na capital. Só tem um detalhe: a tal ocorrência não foi registrada em nenhuma delegacia da cidade. Nada. Zero.

Já a Corregedoria, através do corregedor-geral Leonardo Barreto, confirmou o inquérito. O objetivo é apurar tudo nos mínimos detalhes: o uso do veículo e o incidente do etilômetro. Barreto foi enfático: "A isenção e a impartialidade são marcas da nossa atuação". Ou seja, ninguém tá acima da lei, muito menos dela mesma.

Enquanto a investigação corre em sigilo, o clima na segurança pública acreana fica tenso. A população fica se perguntando em quem pode confiar. É um daqueles casos que mexe com a credibilidade de toda uma instituição.

O desfecho? Só o tempo – e um trabalho investigativo impecável – vão dizer. Mas uma coisa é certa: o caso do delegado que não quis soprar o bafômetro promete dar ainda muito o que falar.