
Dois verões se passaram. Duas colheitas. Quase 700 dias de promessas engavetadas. Enquanto políticos discursam sobre "obras prioritárias", os moradores de [NOME DA CIDADE], em Santa Catarina, atravessam rios de desilusão — literalmente.
As pontes destruídas pela enchente histórica de 2022? Continuam esburacadas como a paciência da população. "É um desrespeito", cospe dona Marli, 62, enquanto equilibra sacolas em uma precária passarela de madeira. "Minhas netas precisam caminhar 3km a mais pra chegar na escola."
O jogo de empurra-empurra
Na prefeitura, o discurso é conhecido: "Aguardamos liberação de verbas federais". Já no governo estadual, garantem que "os processos estão em análise". Enquanto isso:
- 5 comunidades rurais isoladas
- R$ 8,7 milhões em prejuízos agrícolas
- 3 acidentes graves em vias alternativas
Curioso como a burocracia anda mais rápido que as máquinas pesadas, não?
O outro lado da tragédia
Na região central, onde turistas desfilam por pontes impecáveis, ninguém imagina o caos a 15km dali. "Parece que esquecemos dos pequenos", lamenta o comerciante Elias, cujo delivery despencou 70%. "Até quando vamos ser cidadãos de segunda classe?"
Enquanto isso, meteorologistas alertam: outra temporada de chuvas intensas se aproxima. Será preciso nova tragédia para moverem as estruturas — não só as de concreto?