
Imagine acordar e descobrir que seu ganha-pão simplesmente desapareceu. Foi o que aconteceu com os pescadores de Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, quando uma sequência de ondas brutais — daquelas que parecem sair de filme catastrófico — reduziu a pó o deck que usavam diariamente.
Não foi um estrago qualquer. A estrutura, que resistia há anos às investidas do mar, finalmente cedeu na última semana. Madeiras quebradas, pregos torcidos, tudo espalhado como palitos de dente depois de um furacão. E agora?
O mar levou, a comunidade precisa trazer de volta
Os pescadores — gente dura, acostumada a enfrentar o mar bravo — estão com cara de quem levou um nocaute. "A gente já vinha percebendo que o deck tava fraco", conta João, pescador há 23 anos, enquanto mostra o que sobrou: "Mas ninguém esperava que fosse tudo de uma vez".
O problema é que sem o deck, o trabalho fica impossível. "Tem dia que a gente nem consegue descarregar o peixe direito", desabafa outro pescador, esfregando as mãos calejadas. "Se continuar assim, vai faltar peixe na feira e no prato do povo".
Solidariedade à vista
Mas nem tudo está perdido. A comunidade já começou a se mexer — porque no litoral fluminense, quando o mar apronta, a galera se junta. Algumas pessoas estão organizando mutirões, outras buscam doações de madeira e material de construção.
"Já conseguimos uns apoios", diz Maria, da associação local, tentando ser otimista. "Mas o buraco é mais embaixo — precisamos de ajuda profissional pra refazer a estrutura direito, senão o mar vai levar de novo".
Enquanto isso, os pescadores improvisam. Alguns usam tábuas velhas como rampa, outros descarregam os peixes direto na areia — o que, convenhamos, não é lá muito higiênico nem prático. "É trabalhar no modo hard mesmo", brinca um deles, com aquele humor típico de quem já viu cada coisa...
Como ajudar?
- Doações de material de construção podem ser entregues na sede da colônia de pescadores
- Voluntários para os mutirões são sempre bem-vindos
- Profissionais com experiência em construção à beira-mar podem entrar em contato
Se tem uma coisa que essa história mostra é que, por mais forte que seja o mar, a união da comunidade pode ser mais forte ainda. Resta saber se a ajuda vai chegar a tempo — porque enquanto o deck não volta, o prejuízo só aumenta.